Sou orgulhoso. Acho que todo
mundo é. Mas algumas pessoas iluminadas conseguem esconder ou controlar o
orgulho. Outros não.
Tem aquele orgulho bom, né?
Quando a gente faz um trabalho que gera um resultado bom, por exemplo. Quanto orgulho,
quanta satisfação! Algumas vezes, eu fico impressionado comigo mesmo.
Mas não quero falar desse
orgulho enquanto sentimento de satisfação ou de reconhecimento. Falo daquele
que está ligado a sentimentos menos nobres, ligados ao ego ferido, relacionado
a incapacidade das pessoas reconhecer seus erros e voltar atrás. Ah, confesso
que tenho isso.
Tive alguns relacionamentos
(dois ou três ao longo de meus vinte e sete anos de vida!) que o orgulho falou
mais forte do que o afeto que eu nutria. Eu sabia que poderia existir a
possibilidade de reatar a relação, mas não quis. Por quê? Puro orgulho.
Voltar atrás não é muito meu
forte.
Decisões importantes eu
tomei. Algumas me arrependi amargamente. Noites seguidas rolei na cama,
lágrimas caíram, mas jamais fui capaz de reconhecer que eu seria capaz de rever
alguma decisão tomada, mesmo sabendo que isso evitaria sofrimentos inúteis no
futuro.
Mas a gente aprende com o
tempo. Gosto daquele lugar comum que diz que a melhor aprendizagem ocorre na escola
da vida. Então, tentei rever algo que fiz dias atrás com a cabeça quente. Não
sei se vai dá certo. Mas um efeito positivo já gerou em mim: resisti a esse
orgulho mesquinho que habita em meu interior, reconheci um erro e voltei atrás.
E hoje já sou outra pessoa. Menos orgulhosa. Isso faz toda a diferença.