segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

chau 2008


2008. Oh ano!
Nunca pensei que esse ano que se vai marcaria minha vida tão forte. Algumas coisas já faziam parte dos planos; mas me sentia covarde para realizá-las.
Não vou fazer uma retrospectiva. Não tou com saco para isso. Mas pretendo registrar em algum local os fatos que mudaram a minha vida neste ano.
Alguns já postei. Os principais, certamente.
Saio do ano feliz. Consegui umas coisas.
Saio do ano triste. Perdi uma coisa que todas as outras são dispensáveis perante ela. Perdi um relacionamento. Já falei, amiúde, aqui. Mas me marcou muito. Ainda me sinto ferido, culpado, sabe? Tudo poderia ter sido diferente... Não posso chorar o leite derramado; posso, contudo, tentar resgatar uns pingos em cima do fogão. É o que tenho feito. Ai como doi...
O que mais correspondeu ao que eu tinha projetado foi a política. Foi tudo conforme o pensado em 2007. Tudinho. Pense numa coisa... Parece até mentira, mas as coisas aconteceram como em meus sonhos apareciam. Talvez seja o sinal de que meu caminho seja este...
29 de dezembro de 2008. Hoje pela manhã acabei de ler "O preço de ser diferente" de Monica de Castro. Me fez chorar. Baixei pela net o livro. Só não terminei em um dia porque o computador é dividido com minhas duas irmãs. Ele, o livro, é mara.
Estudei pra minha monografia. Assisti "A favorita". Estou na net.
Chau 2008. Não obstante tudo poderia ter sido diferente...

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Não era pra ser

De repente tudo voltou ao ponto zero. Eu pensei... Só fiz pensar, porque não era de ser. Quando uma coisa tem de ser será. Tudo conspira ao seu favor. Quando as coisas não são para ocorrer, por mais que me esforço, nada anda...
Pela primeira vez vou namorar, eu disse pra mim mesmo. Quem? Nós fomos nos distanciando, ai o movimento foi desandando.
Hoje conversei com ela. Fico feliz quando ela me disse que está amando. Quero ver a sua felicidade, mesmo que não seja comigo. Não fomos feitos um pro outro, afinal de contas...
A felicidade consiste em encontra alguém que foi forjado pra gente. Acredito nisso. Meu Outro, minha Outra Parte está ai, talvez em Pernambuco, talvez em João Pessoa, Alagoinha, Salvador, ou num lugar que nunca visitei.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Quando me perco


Sinto, às vezes, que me perco.
Essa perda é dentro de mim mesmo.
Já não sei mais quem sou.
Fico repensando, amiúde, idéias já repensadas.
Tento fazer mudanças já operadas em mim;
sem contar nos momentos que tenho vontade de voltar atrás de decisões tomadas, após muita discussão interior.
Diante disso, me perco.
Sinto-me dentro de um labirinto andando de um lugar a outro, com idas e voltas, com encontros inesperados...
Basta, em alguns instantes, uma palavra, um gesto, uma atitude de alguém, um livro que leio, um programa de TV, para que eu reinicie o processo mental de descoberta do eu.
Em minha frente vejo muitos caminhos;
vários quero seguir;
tento me firmar em um, mas não consigo.
Há sempre algo mais interessante no outro,
há sempre algo em mim,
alguma coisa no meu caminho que me faz querer abandoná-lo.
O que fazer então?
Continuo da mesma forma até eu ter a possibilidade de seguir aquilo que desejo,
ou acho que desejo.

sábado, 22 de novembro de 2008

Vou falar sobre o suicídio

Vou falar sobre o suicídio. Quero falar sobre isso. Dois de meus melhores amigos (talvez os melhores mesmo) tentaram essa prática. Faz tempo. Mas, depois de ter assistido Eclipse de uma paixão, me deu vontade de postar aqui algo a propósito.

Em algum momento da vida todos já pensaram (ou vão pensar) em morrer. Parece a única saída para um problema aparentemente insolúvel. A pessoa olha ao lado e não ver solução alguma. Portanto, tirar a própria vida resolve a situação.

E resolve? A pessoa deixa de existir. O que vem depois da morte não me interessa agora (são tantas verdades a respeito...). Mas, eu penso o seguinte: o cara se mata, alguns choram, outros se lamentam, entrentanto, todos e todas vão viver suas vidas, eu eu perdi a minha... Não. Nunca!

Por maior que seja o problema, a dificuldade, existe sempre uma solução. Muitos se matam por decepções amorosas, por dificuldades em casa, por viver uma vida diferente da maioria (leia-se homossexuais, travestis...), por uma crise financeira e etc. Sobre os três primeiros motivos digo que o suicídio foi uma escolha errada. Sempre existe a possibilidade de encontrar uma outra pessoa por quem podemos nos apaixonar e viver um novo amor; na família é natural os problemas, você pode sair de casa, ou se não for possível, ficar no seu canto e esperar o momento certo para emigrar; se é por não ser aceito, é bom lembrar que muitos homens e mulheres tem o mesmo jeito de viver a sexualidade que a sua, portanto têm pessoas que vão acolher de coração o cara. A pessoa se matar por que outras pessoas nos abandonaram, não nos aceitam, não nos entendem, não vale a pena. Todas elas vão continuar com suas vidas numa boa e o cara é que se ferrou... Problemas financeiros todo mundo passa; é só se esforçar um pouco que é possível atravessar numa boa essa maré ruim...

Tô um pouco confuso com as palavras. O quero dizer é o seguinte: a vida tem múltiplas possibilidades, existem vários caminhos, vários meios pra se livrar de alguma situação ruim, seja ela qual for, do que o suicídio. Todo mundo passa por situações desesperadoras. Mas tudo na vida passa. O bom dela é isso: o amanhã só chega após a noite.

A morte só é bem vinda quando a gente já tiver cumprido a nossa missão na terra. Acredito nisso. Encontrando nossa função na vida nos fará passar por qualquer vale, deserto, furacão e ter a certeza que depois de tudo isso vamos encontrar a felicidade.

domingo, 16 de novembro de 2008

Fim de semana no Bessa

Meu fim de semana foi maravilhoso.
Fui pro Bessa, João Pessoa. Antes de chegar lá, ainda no terminal rodoviário, senti um novo ar, uma atmosfera diferente da que estou acostumado em minhas cidades (Guarabira e Alagoinha). Está em Jampa me faz ser o que sou, me traz uma sensação grande de liberdade.
Fui com uma turma. Liderados por Vera e seu esposo Ramo, chegamos sexta-feira de tardizinha. Saí hoje de uma hora; tenho seminário da facul amanhã... Mas a galera só vem amanhã pra cá.
Bebemos. Brincamos. Sorrimos. Tomamos banho de mar. Curti um pouco da noite de Jampa; é ótima, pense! (pretendo curtir outras vezes, hehehe).
Ah!, foram três dias de felicidade. Não tive um tico de vontade de voltar pra Alagoinha. Gosto muito de minha cidade, sabe?, mas cidade do interior e ainda por cima muito pequena (13 mil habitantes) é... deixa pra lá. Guarabira, a cidade onde trabalho e estudo, é maior (mais de 56 mil habitantes), mas não tem opção pra o cara se divertir a vontade.
Ver o mar à noite me inebria. Ele me faz senti arrepios pelo corpo. A sensação de mistério, de magia, de encanto que a lua cheia têm aumenta quando se está em frente do mar. Mar, a(mar). Adorooo!
Quero voltar mais vezes; Vera já me garantiu que vamos voltar. Depois coloco algumas fotos aqui, agora to baixando o CD Dois Quarto de Ana Carolina.
Amanhã volto à rotina de sempre.
Mas sempre que puder fugir não pensarei duas vezes...

domingo, 9 de novembro de 2008

Novamente: a vida

A vida tem momentos bons. Isso é inegável. Existem pessoas, contudo, que pensam ser a vida nada mais do que sofrimento, pena. São homens e mulheres que perderam o que é fundamental na vida: a alegria do viver, os sonhos, a utopia.
Não posso, em absoluto, negar que a existência tenha momentos difíceis. Tem e muitos. Mas são, como diz a própria palavra, momentos. Tudo passa, tudo passará.
Eu sempre digo que a vida é agridoce. O doce e o amargo misturam-se dando um sabor diferente a vida.
Por que estou voltando a esse assunto? Porque, nestes últimos dias, graças a Deus, tenho experimentado a alegria da vida: o prazer da amizade, da diversão, da leitura, de está com quem gosto. É claro que as coisas não estão como quero, desejo e luto para ficar. Mas tenho aproveitado o máximo o que tenho recebido de Deus, da vida, do universo. Tenho tido uns pros no trabalho, mas isso faz parte.
Ontem ouvi uma música que gostei bastante. La Vida Es Un Carnaval, de Capim Cubano. É claro que a vida não é somente um carnaval. Mas, podemos, tirar proveito dos instantes mais complicados da vida, revertendo a nosso favor. É um desafio. Mas a vida é forjada dele.

La Vida Es Un Carnaval

Todo aquel que piensa que la vida es desigual
Tiene que saber que nos es asi
Que la vida es una hemorsura
Hay que vivirla

Todo aquel que piense
Que esto nunca va a cambiar
Tiene que saber que no es así
Que en la vida no hay nadie solo
Y siempre hy alguem, ay

No hay que llorar
Que la vida es un carnaval
Yes mas bello vivir cantando
Oh oh oh ay no hay que llorar
Que la vida es un carnaval
Y las penas se van cantando

Todo aquel que piense que la vida siempre es cruel
Tiene que saber que no es asi
Que tan solo hay momentos malos
Y todo pasa
Todo aquel que piense que
esto nunca va a cambiar
Tiene que saber que no es asi
que a mal tiempo buena cara
Y todo pasa

No hay que llorar
Que la vida es un carnaval
Yes mas bello vivir cantando
Oh oh oh ay no hay que llorar
Que la vida es un carnaval
Y las penas se van cantando

Não temos que viver chorando. O choro pode chegar numa noite. Mas, como disse o salmista, a alegria virá no amanhecer.
É mais belo viver cantando.

sábado, 8 de novembro de 2008

A vitória de Obama

Barack Obama. É esse o cara que vai se tornar o homem mais poderoso do mundo dentre de dois meses. Vai se tornar o 44º presidente dos Estados Unidos da América. Um homem que representa a esperança de dias melhores para o mundo. Um homem que com seus discursos deixou milhões de pessoas no mundo inteiro emocianadas. Ele reavivou o sonho de quem acredita que é possível, senão acabar, diminuir as desigualdades sociais, raciais, as diferenças religiosas, culturais, em busca de convivência pacífica com o outro.

Não quero falar sobre sua biografia. Os sites estão cheios de informações a respeito.

Nesta semana, na faculdade, tivemos um debate sobre as eleições dos EUA. Foi na terça-feira, o mesmo dia que em que Obama foi eleito.

Todos na classe expressavam suas opiniões sobre ele. Eu falei sobre o porquê acredito nele. Desde a ano passado que ele atraiu minha admiração. Porque sonho, porque acredito que as pessoas, independente de sua cor, são capazes de transformar o mundo. Porque sua eleição representa uma correção histórica a o que os EUA fizeram contra os negros e negras, aos imigrantes, aos outros povos. Ele tem uma raiz genética na África, nossa mãe. Respeita a todas as religiões. Respeita e defende os direitos daqueles e daquelas que tem uma orientação sexual diferente da maioria. Seus discursos me enchem de esperança. Não é a toa que os cristãos fundamentalistas o taxam de ser anti-cristo. Não mais tolo. Só porque ele valoriza a diversidade, a pluralidade, a multiculturalidade.

Acredito que a relação dos EUA com a América Latina vai mudar. Lula torcia por ele. O mundo torcia por ele.

Posso depois me enganar. Todos podem. Mas não custa nada sonhar. São os sonhos que nos movem, afinal de contas. Ele vai quebrar os EUA, dizem alguns. Ele vai ser pior do que Bush, afirmam outros. Não creio nisso. O outro candidato todos sabiam como iria ser: daria continuidade a política de Bush, uma política de guerras, opressão, ódio. Obama é quem pode mudar alguma coisa nesse cenário mundial. Hillary Clinton, não ia mudar nada. A única coisa diferente seria porque uma mulher se tornaria a primeira presidente dos EUA. Obama não. Além de ser o primeiro negro a presidir os EUA, é jovem, representa milhões de homens e mulheres no mundo inteiro que desejam um futuro melhor.

Confio nele.

Sobre Urubus e Beija-flores - uma crônica de Rubem Alves

Recebi essa crônica de um amigo. É ótima. Rubem Alves, é um dos escritores que quando a gente ler sente paz e harmonia nos seus textos.

Sobre Urubus e beija-flores*

Eu estava terminando a leitura de um artigo científico. De vez em quando é bom ler ciência. A gente fica mais sabido. Tudo explicadinho. No final das contas, tudo se deve a esse gigantesco infinitamente pequeno disquete que existe dentro das células do corpo chamado DNA. Nele está gravado o nosso destino. Antes de existir, eu já estava “programado” inteiro: a cor dos meus olhos, as linhas do meu rosto, a minha altura, os cabelos brancos precoces, o seu adeus que nada consegue evitar, o sexo. Dizem alguns que lá está até um relógio que marca quantos anos eu vou viver. E é implacável: o que a natureza põe, não há homem que disponha.

Programa mais complicado que o DNA não existe. Tudo tem de acontecer direitinho, na ordem certa. E quase sempre acontece. Quase sempre... Vez por outra uma coisinha não acontece segundo o programado. E o resultado é uma coisa diferente. Assim aparecem os daltônicos, que não vêem as cores do jeito como a maioria vê. Ou o canhoto, que tem de tocar violão ao contrário. De vez em quando, uma criança com síndrome de Down. E quem não me garante que Mozart não foi também um equívoco do DNA? Pelo que sei, a receita não se repetiu até hoje...

O artigo prosseguia para mostrar que é assim que, vez por outra, aparecem pessoas com uma sensibilidade sexual diferente: os homossexuais. Tudo aconteceu lá no DNA: um relezinho que funcionou de maneira não programada. Primeiro, caiu o relê que determina o sexo, se vai ser homem ou mulher. Depois, o relê que determina os caracteres secundários, que fazem a “imagem” do homem e da mulher. Por fim, o relê que determina o objeto que vai disparar as reações químicas e hidráulicas necessárias para o ato sexual. Esse objeto é uma imagem. Nos heterossexuais, é a imagem de uma mulher. Nas mulheres heterossexuais, é a imagem de um homem que faz o seu corpo estremecer.

Acontece, entretanto, que por vezes esse último relê não funciona e a pessoa fica ligada à imagem do seu próprio sexo. A imagem que vai como­ver seu corpo é uma imagem semelhante à sua. E isso que é ser homossexual. O homossexualismo é uma condição estética.

Tudo por obra do DNA. Nada tem a ver com educação, com a mãe ou com o pai. Ninguém é culpado, pois culpa só pode existir quando existe uma escolha. Mas ninguém escolheu. Foi o DNA que fez. E nem pode ser pecado. Pois pecado só existe onde existe culpa. E nem pode ser curado, pois o que a natureza fez não pode ser desfeito.

E foi nesse momento eu estava meditando sobre essas coisas que fogem à compreensão dos homens, como a origem do DNA, o processo pelo qual ele foi estabelecido, se por acidente, se por tentativa e erro, se por obra de algum programador invisível — que uma coisa estranha aconteceu: um barulho como eu nunca ouvira, no meu jardim. Tirei os olhos do artigo, olhei através do vidro da janela e o que vi — inacreditável — um urubu, sim um urubu, batendo furiosamente as asas como s fosse um beija-flor, diante de uma flor de alamanda sugando o melzinho. Achei que estava tendo alucinação, mas não. Era verdade. O urubu, ao ver meu espanto, pousou no galho de uma árvore de sândalo e começou a se explicar, do jeito mesmo que acontecia.

Sofro muito. Nasci diferente. Urubu, todo mundo sabe, gosta de carniça. Basta que se anuncie carcaça de algum cavalo morto, os olhos dos urubu ficam brilhando, a saliva escorre pelos cantos do bicos, a língua fica de fora — e lá vão eles churrasquear. Urubu acha carniça coisa fina, manjar divino! Eles não a trocariam por uma flor de alamanda por nada nesse mundo!

Mas eu nasci diferente. Meus pais, coitado morreram de vergonha quando ficaram sabendo que eu, às escondidas, sugava o mel das flores. Compreensível. O sonho de todo pai é ter um filho normal, isto é, igual a todos. Urubu normal gosta de carniça. Eu não gostava. Era anormal. Fiquei sendo objeto de zombaria. Na escola, logo descobriram minhas preferências alimentares. E impossível esconder. Se todo o mundo está comendo carniça e você não come, que explicação você pode dar?

Aí meus pais começaram a sofrer, pensando que eu era assim por causa de alguma coisa errada que tinham feito na minha educação.

Me mandaram para o padre. Severo, ele abriu um livro sagrado e disse que Deus, o Grande Urubu, estabelecera que carniça é o manjar divino. Urubu, por natureza e por vontade divina, tem de comer carniça. Chupar mel é contra a natureza. Urubu que chupa mel de flor está em pecado mortal. Ter­minou dizendo que eu iria para o inferno se não mudasse meus hábitos alimentares. E me deu, como penitência, participar de cinco churrascos.

Saí de lá me sentindo o mais miserável dos pecadores. Mas o medo não foi capaz de mudar o meu amor pelas flores. Não cumpri a penitência. Meus pais me mandaram, então, para um psicanalista que cobrava R$120,00 por sessão. Todos os sacrifícios são válidos para fazer o filho ficar normal. A análise durou vários anos. Ao final, fui informado que eu gostava de mel porque odiava meu pai, a quem eu queria matar, para ficar sozinho com a minha mãe. Aí, além de pecador, passei a sofrer a maldição de Édipo. Continuei a gostar do mel da flores. Por isso estou aqui, no seu jardim”.

Houve um momento de silêncio e eu vi o que nunca havia visto: um urubu chorando. Notei que sua lágrimas não eram diferentes das minhas. Aí ele continuou:

Gosto das flores. Não quero gostar de carniça. Não quero ficar igual aos outros. Só tenho um desejo: gostaria de não ter vergonha, gostaria que não zombassem de mim, chamando-me de ‘beija flor’, eu não sou beija-flor. Sou um urubu. Eu gostaria de ter amigos...

O que me dói não é a minha preferência alimentar, pois não fui eu quem me fiz assim. O que me dói é minha solidão. Gosto de flores por culpa do DNA. Mas a minha solidão é por culpa dos outros urubus, que poderiam ser meus amigos”. Ditas essas palavras, ele se despediu e voou par uma alamanda do jardim vizinho.

E eu fiquei a pensar que o mundo seria mais feliz se todos pudessem se alimentar do que gostam, sem ter de se esconder ou se explicar. Afinal ninguém é culpado por aquilo que a natureza faz ou deixou de fazer.



--------------------------------------------------------------------------------

* Esta crônica faz parte do Coisas que dão Alegria, Rubem Alves, Editora Paulus, que compõe a coleção de crônicas "Coisas da Vida" em 03 volumes.
Fechar a janela

domingo, 2 de novembro de 2008

A confiança entre amigos

Ontem eu e dois amigos, Felipe e Caio (nomes fictícios, porque não seria ético de minha parte postar os nomes reais), estávamos na praça da matriz conversando sobre amor, sexo, namoros, ficadas. Depois fomos pra porta principal da Igreja conversar, já era mais de 23 horas.
Confissões de minha parte. Confissões da parte de Felipe. E nada de confissões de Caio. Tentamos de todo jeito arrancar algo dele, mas sem sucesso, só pouca coisa.
Depois de um certo tempo ele nos disse o porquê de seu silêncio. Não confiava em nós. Tomei até um choque. Felipe também ficou um pouco assustado. Nós tínhamos aberto nossas vidas perante ele, e ele ainda não confiava em nós? Ele tem até vontade de contar sobre sua vida, mas ainda não conquistamos sua confiança para tanto.

Hoje se não tivesse lendo "Neve" de Orhan Pamuk, Nobel da literatura em 2006, esse acontecimento de ontem não seria registrado aqui. Numa parte do romance, o personagem principal, Ka, foi chamado por um garoto que ele não conhecia, para ir a um lugar que ele também não conhecia, falar com alguem que ele nem imaginava quem fosse. Ele lógico estava bem desconfiado em ir. Mas depois de um tempo, o garoto disse "Se você não é capaz de confiar nas pessoas, nunca vai conseguir chegar a lugar nenhum na vida" p84. Quando li essa frase que Necip disse a Ka, veio imediatamente a minha mente a conversa de ontem.

Procurei muito um caderno que tenho de anotações. Queria confirmar uma frase que escutei de Miguel Reale Jr., no Café Filosófico, sobre a amizade. Ele citou Cícero. "Amizade é antes de tudo confiança". Anotei essa frase e já, em depoimentos no Orkut, escrevi para meus amigos.

A verdade é que numa relação de amizade, a confiança é algo indispensável. Acredito que seja a base sobre a qual a amizade é construída. Afinal, ter um amigo é ter alguém pra gente desabafar, conpartilhar nossos segredos, nossas angústias, falar aquilo que a gente não quer contar pra nossa família, e ter a certeza que ele não vai sair por ai divulgando o que nos atormenta.


"A amizade sem confiança é uma flor sem perfume",achei num site. Adoro flores. Não só pela sua beleza. O perfume que elas exalam me encanta. Agora uma flor sem olor... A gente até acha ela bonita, mas quando a gente se aproximar e ver que ela não tem perfume, a beleza se esvai. Assim é na amizade.

Acho que o erro está me mim e em Felipe. Nós não conseguimos, afinal de contas, passar a imagem de pessoas confiáveis. Mas como ela é uma conquista, acredito que vou conseguir ter a confiança de Caio para que nossa amizade seja verdadeira e honesta.

sábado, 1 de novembro de 2008

Agora no msn

Estou no PC. Tentei falar com duas pessoas pelo msn, mas ou elas estão ocupadas, ou não querem falar comigo. As outras que estão on line não me interessa neste instante.
Ontem baixei um monte de músicas num site, algumas delas me deixa pensativo. Agora consigo falar com uma das duas pessoas que eu queria falar. Nooossa, fazia tempo que eu desejava teclar com ela. Finalmente. Quem acredita sempre alcança, diz a música.
.............
Alguns minutos depois...
Acabamos a conversa. Me sinto melhor. Sinto paz. Sabe a sensação de quem leva um fardo e depois de muito tempo descarrega? Pronto é assim que me sinto. Um fardo saiu de mim.
Sobre isso eu falei um dias desses aqui. De Pernambuco foi o título.
Estou muito feliz.
Ganhei o dia.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Acerte no seu alvo



Qual é o seu projeto de vida? Localize desejos, transforme-os em metas, planeje todos os passos e comece a agir. É a melhor forma de realizar os seus sonhos

Por Chantal Brissac
Foto: Christian Parente




Concentrar-se no presente com a cabeça no futuro é uma das formas de realização
Para sonhar e realizar, é preciso estar bem acordada, inteira e disposta. Senão, o sonho nunca sai do universo onírico e sonolento, ou das gavetas da fantasia. Isso não quer dizer que devemos economizar na imaginação. Como disse o poeta Fernando Pessoa, "quem sonha pouco, realiza pouco". É essencial deixar a mente se abrir e dar corda para os desejos. Alimentar o sonho, como fazemos com uma criança pequena. Deixá-lo respirar, correr, crescer. Mas há um momento em que é preciso se concentrar e agir. É quando ele se transforma em meta, e daí em projeto. A partir desse passo importante, você consegue ir ao encontro do que realmente deseja.

Isso vale para tudo. Do curso de línguas no exterior à compra de um sítio. Sim, e também para as conquistas afetivas, amorosas. Quem quer se casar, por exemplo, pode achar que esta é uma realização que cabe aos céus, aos desígnios do destino. Mas, se nos deixarmos flutuar pela vida como uma folha de papel ao sabor do vento, nada acontece.

É preciso assumir o sonho, trabalhar para transformá-lo em projeto e curtir cada momento do processo até a realização. "Afinal, a travessia é tão importante quanto a chegada", diz o escritor e consultor baiano César Souza, autor de O momento da sua virada (Editora Gente). Mestre em neurolinguística, o paulistano Eduardo Carmello

Para que alguém acredite nas suas idéias e nos seus projetos, é preciso antes que você bote fé em si mesma. E, para isso, deve estar inteira, focada, com corpo, mente e espírito em harmonia. Um exemplo? Você tem como projeto fazer um curso de pós-graduação ou sonha fundar uma ONG dedicada a causas sociais. Mas fica sempre adiando: "quando eu sair desse trabalho, finalmente vou poder..." ou, "quando me aposentar, acho que será a melhor hora para eu começar..." E por aí vai. Quer dizer: por aí, a coisa não vai. Porque não há como algum projeto ser realizado dessa maneira. Quem espera, nunca alcança.

O filósofo francês Jean-Paul Sartre disse uma vez: "Você é condenado a ser livre". Viver é escolher o tempo todo. Com planejamento, metodologia e determinação conseguimos alterar nossas rotas e transformar nossas histórias: estamos com as rédeas nas mãos.

PLANEJAR É PRECISO

Especialistas e consultores são unânimes ao afirmar: sem planejamento, não existe realização. Para mirar no seu alvo e acertar, planeje cada passo dessa trajetória. Este processo inclui a produção de um documento de intenções. Caneta e papel na mão, escreva os seus objetivos. Ou digite no seu computador. Esta tarefa, recomendada insistentemente em livros e manuais americanos, tem lá a sua eficiência (não é à toa que os Estados Unidos são um dos países mais empreendedores do mundo). Ao registrar idéias e ideais, responsabilidades são assumidas. É como se existisse um termo de compromisso entre você e seu projeto.

Para o médico e consultor Eugenio Mussak, de São Paulo, há uma diferença crucial entre "fazer planos" e "elaborar um planejamento". "O mundo competitivo de hoje não permite que fiquemos apenas na divagação poética de fazer planos, que na maioria das vezes nunca serão implementados. Seja seu próprio presidente de planejamento e evite surpresas", diz ele.


DO LIMÃO A LIMONADA


Não importa o tamanho ou o teor do projeto. O importante é realizá-lo. A empresária paulista Dorotéia Fragata, 43 anos, emagreceu 68 quilos em um ano e três meses. Com reeducação alimentar, conseguiu pular dos 140 kg para os 72. "E sem cirurgia de estômago", salienta. Já para a comerciante paulistana Maria Cristina Diniz, a meta era outra: viajar de navio. "Durante um ano, reservei 10% do meu salário para isso", conta. No 12º mês, ela embarcou com o marido para uma viagem ao Caribe. Às vezes, a meta também é se livrar de hábitos ou vícios. Foi o que aconteceu com a farmacêutica paulistana Aurora Rocchetti, que durante 30 anos fumou um maço de cigarros por dia. "Quando vi, estava refém do vício. Minha meta se tornou, então, parar de fumar". Não foi tarefa fácil. Mas ela se imbuiu de propósitos e conseguiu.


DISCIPLINA E GARRA

A partir daí, trabalhe diariamente para alcançar cada uma de suas metas. Um exemplo: se você pretende mudar de área profissional, estabeleça no seu plano algumas horas por dia para contatar pessoas ligadas ao setor no qual deseja ingressar. Isso não é uma tarefa para ser feita ocasionalmente, quando dá vontade. Se este for o caso, há o risco de não ter efeito nenhum. Funciona como aquela ginástica sempre adiada.

É por isso que a disciplina é um dos pré-requisitos de qualquer pessoa realizadora. Ouça, leia e releia todas as histórias dos vencedores. O que eles têm em comum? São figuras disciplinadas, firmes em seus propósitos, corajosas. Não têm autopiedade nem perdem tempo reclamando dos obstáculos no caminho. "Muitas pessoas vivem a se queixar de suas condições desfavoráveis, culpando as circunstâncias por suas dificuldades ou fracassos. Mas os que se dão bem no mundo são aqueles que saem em busca de condições favoráveis e, se não as encontram, esforçam-se para criá-las.

Enquanto se acreditar que a vida é um jogo de sorte, perde-se sempre. O importante não é ter boas cartas, mas usar bem aquelas que foram recebidas", aconselha o psicanalista carioca Luiz Alberto Py.

PORTFÓLIO DE SONHOS

O consultor César Souza lembra que o projeto de vida pode ser visto como um todo, em que várias áreas e etapas se encontram. "Afinal, não é possível fragmentar o ser humano. Precisamos fazer convergir nossos sonhos em suas diferentes esferas: sonhos profissionais, familiares, empresariais, comunitários, íntimos, sonhos para o Brasil e para o mundo", propõe Souza. Isso é pensar grande demais? De maneira alguma. Os realizadores elaboram projetos de vida que integram objetivos profissionais com outros pessoais e comunitários. É por isso que Souza sugere gerenciar sonhos múltiplos como um portfólio. E aconselha algumas regras para ajudar: "Estabeleça prioridades e trabalhe de forma disciplinada. Elimine tarefas inúteis ou rotinas burocráticas. Também não desperdice tempo diante de programas de qualidade duvidosa na tevê. Delegue o que não faz parte do seu sonho. Lembre-se de que a rotina é uma ilusão que criamos para impedir a realidade dos projetos", explica. Mas não terceirize o seu sonho. Abrace-o com paixão e vá em frente: "Fracassos podem surgir na trajetória de um sonhador. O que faz toda a diferença é a forma de lidar com eles. Aprenda a fazer da queda um passo de dança", ensina ele.

6 perguntas para fazer antes da ação

O planejamento inclui uma investigação pessoal de desejos e objetivos, quando se questiona a fundo a validade do projeto. Antes de arregaçar as mangas, prepare-se para entrevistar você mesma:

1- O QUÊ?

Básica, esta primeira questão revela exatamente o que se deseja alcançar e construir na vida. A definição deve ser clara, para que não se distancie desse conceito durante todo o percurso de realização do projeto. Ao responder a essa pergunta, escreva de forma simples o que deseja fazer.

2- POR QUÊ?

Às vezes, desejamos coisas cujos projetos acabamos por abandonar pois, na verdade, não estavam totalmente justificados. Em outros casos, não estamos seguros dos planos porque eles não atendem às nossas expectativas pessoais, e sim às expectativas dos outros. Nesse caso, vale repensar se este é realmente seu sonho genuíno.

3- COMO?


Saber como atingir os objetivos significa saber como dar cada passo para vencer a distância que nos separa dele. Esta é a etapa em que o planejamento começa de fato a existir. Com que ferramentas irá trabalhar? Quem serão as pessoas que podem ajudá-la a alcançar o que quer? Essas perguntas também se incluem aí.

4- QUANDO?


Planejar sem prazos é o mesmo que ter prazos e não ter planos. É próprio do ser humano postergar. Quando não definimos um tempo certo para concretizar os objetivos, terminamos por não realizá-los nunca. Faça um cronograma do seu projeto.

5- QUANTO?
Esta é a parte financeira do planejamento, crucial para que tudo dê certo. Confira duas quantificações bem importantes: quanto se deseja atingir e quanto se quer gastar no processo.

6- COM QUE RECURSOS?

Complemento da questão anterior, esta mostra a fonte do dinheiro. Em um planejamento, o que pode parecer pouco no início tende a crescer à medida que as opções de financiamento se tornam escassas.

http://itodas.uol.com.br/portal/voce/emocoes/materias/materia.itd.aspx?cod=5743&canal=485

terça-feira, 21 de outubro de 2008

De Pernambuco


Se eu pudesse retroceder no tempo eu era outra pessoa, minha História teria sido diferente, se não melhor, no mínimo a solidão não seria tão grande.
Um decisão que tomei, motivado pela religião, me fez, no momento, sentir alívio, paz.Entretando depois...
Em fevereiro/março deste ano abortei alguns planos que eu tinha feito com outra pessoa. Sonhamos juntos. Vivenciamos, ainda que pela internet, instantes indizíveis.
2008 veio cheio de expectativas para mim. Para eu e - - - - -.
Mas... nem sempre as coisas ocorrem com a gente quer, sonha, planeja.
Fui culpado. Errei. Tentei tentar consertar o erro uma vez. Fui excluído do Orkut, MSN, não recebi respostas de e-mails enviados. Numa segunda tentativa aconteceu quase a mesma coisa, só que ela excluiu seu próprio Orkut. Estou na terceira. Até agora as coisas estão paradas. Procurei, assim que percebi a exlcusão do seu Orkut, um novo perfil dela. Achei. Adicionei. Ela me aceitou.
Até agora...
Eu tenho a certeza, contudo, de um dia ainda nos encontrarmos. Não tenho dúvidas disso. Quando? Não sei. Mas sei que vamos nos ver cara-a-cara. Ai, sim, vou tentar se não corrigir os erros, pelo menos tentar apagar uns rabiscos a mais.
Ainda assim quero poder voltar ao início deste ano para reverter esta situação. Como isso é impossível, querer não é poder, só posso sonhar num dia que nossos caminhos vão se cruzar, assim como um dia se cruzou em Salvador - Bahia.

domingo, 19 de outubro de 2008

O concurso da CAGEPA

Fiz hoje o concurso da Cagepa. Disputei o cargo de Atendente Comercial. A concorrência foi de 27, 3 por vaga.
Fiz o concruso porque já tinha pago R$ 40,00 da inscrição. Mas não me preparei como deveria. Estudar, estudei. Não o suficiente, contudo, para ter confiança em umas das 15 vagas de contratação imediata.
O tempo não deixou. Trabalho 8 horas por dia, estudo à noite, de segunda a sexta, e nos sábado faço, pela manhã, um curso de espanhol.
Vou fazer concurso só em 2010. Já vou ter me graduado em História. Além disso, meu tempo será maior.
O ruim desse e de outros concursos é a Matemática. Pense numa praga. Nunca fiquei em prova final durante minha educação básica, mas só estudava o suficiente pra passar de série. Vou ter que me dedicar mais. A maioria absoluta dos alunos odeiam Matamática. Por quê? Sei lá. Acho algumas coisas sem futuro. Prefiro ler, estudar, Filosofia.
Marquei algumas repostas na doida. Quem sabe não dará certo? Quantas pessoas passaram em vestibulares e concursos no chute? Muitas. Talvez eu tenha sorte, rsrs.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Tô com PREGUIÇA


Hoje tô com uma preguiça da gota.
Não fui trabalhar. Não por preguiça. É que ontem e hoje a escola não está funcionando.
Eu deveria aproveita esses dois dias pra estudar pro concurso da CAGEPA que será domingo.
Ontem eu estudei pra caramba.
Hoje a preguiça não deixa.
Acordei de 5:15. Fui pra academia. Depois tomei um banho, tomei café, fui assistir o Bom Dia, ai deu vontade de deitar...
Deitei.
Pensei que ia passar uma hora, no máximo, em minha cama.
Uma hora o quê?
Me levantei depois das 11.
Já me levantei com preguiça.
Tomei banho, vim pra net, almocei, vim pra net de novo.
Tô esperando coragem pra estudar.
A preguiça é foda.
Mas o que é a preguiça mesmo?
Uma indisposição para fazer qualquer coisa.
Mas tem coisa que a gente quando tá com preguiça faz: dormir, acessar a net, comer.
Fui ver na Wikipédia o que é preguiça.
"Preguiça é a inatividade de uma pessoa, aversão a qualquer tipo de trabalho ou esforço físico".
Essa é a primeira coisa que li quando acessei a página.
AS outras coisas não vou colocar. Sã duras demais pra mim. Afinal, não tenho preguiça todos os dias, né?
Hoje foi uma exceção.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

orgulho de ser brasileiro

Recebi por e-mail

O QUE UMA ESCRITORA HOLANDESA FALOU DO BRASIL

LEIA COM BASTANTE ATENÇÃO


Os brasileiros acham que o mundo todo presta, menos o Brasil,
realmente parece que é um vício falar mal do Brasil. Todo lugar tem
seus pontos positivos e negativos, mas no exterior eles maximizam os
positivos, enquanto no Brasil se maximizam os negativos. Aqui na
Holanda, os resultados das eleições demoram horrores porque não há
nada automatizado.
Só existe uma companhia telefônica e pasmem!: Se você ligar
reclamando do serviço, corre o risco de ter seu telefone
temporariamente desconectado.

Nos Estados Unidos e na Europa, ninguém tem o hábito de enrolar o
sanduíche em um guardanapo - ou de lavar as mãos antes de comer. Nas
padarias, feiras e açougues europeus, os atendentes recebem o
dinheiro e com mesma mão suja entregam o pão ou a carne.

Em Londres, existe um lugar famosíssimo que vende batatas fritas
enroladas em folhas de jornal - e tem fila na porta.

Na Europa, não-fumante é minoria. Se pedir mesa de não-fumante, o
garçom ri na sua cara, porque não existe. Fumam até em elevador.

Em Paris, os garçons são conhecidos por seu mau humor e grosseria e
qualquer garçom de botequim no Brasil podia ir pra lá dar aulas
de 'Como conquistar o Cliente'.

Você sabe como as grandes potências fazem para destruir um povo?
Impõem suas crenças e cultura. Se você parar para observar, em todo
filme dos EUA a bandeira nacional aparece, e geralmente na hora em
que estamos emotivos.

Vocês têm uma língua que, apesar de não se parecer quase nada com a
língua portuguesa, é chamada de língua portuguesa, enquanto que as
empresas de software a chamam de português brasileiro, porque não
conseguem se comunicar com os seus usuários brasileiros através da
língua Portuguesa.

Os brasileiros são vitimas de vários crimes contra a pátria, crenças,
cultura, língua, etc... Os brasileiros mais esclarecidos sabem que
temos muitas razões para resgatar suas raízes culturais.

Os dados são da Antropos Consulting:

1. O Brasil é o país que tem tido maior sucesso no combate à AIDS e
de outras doenças sexualmente transmissíveis, e vem sendo exemplo
mundial.

2. O Brasil é o único país do hemisfério sul que está participando do
Projeto Genoma.

3. Numa pesquisa envolvendo 50 cidades de diversos países, a cidade
do Rio de Janeiro foi considerada a mais solidária.

4. Nas eleições de 2000, o sistema do Tribunal Regional Eleitoral
(TRE) estava informatizado em todas as regiões do Brasil, com
resultados em menos de 24 horas depois do início das apurações. O
modelo chamou a atenção de uma das maiores potências mundiais: os
Estados Unidos, onde a apuração dos votos teve que ser refeita várias
vezes, atrasando o resultado e colocando em xeque a credibilidade do
processo.

5.. Mesmo sendo um país em desenvolvimento, os internautas
brasileiros representam uma fatia de 40% do mercado na América
Latina.

6. No Brasil, há 14 fábricas de veículos instaladas e outras 4 se
instalando, enquanto alguns países vizinhos não possuem nenhuma.

7. Das crianças e adolescentes entre 7 a 14 anos, 97,3% estão
estudando.

8. O mercado de telefones celulares do Brasil é o segundo do mundo,
com 650 mil novas habilitações a cada mês.

Na telefonia fixa, o país ocupa a quinta posição em número de linhas
instaladas.

10. Das empresas brasileiras, 6.890 possuem certificado de qualidade
ISO-9000, maior número entre os países em desenvolvimento. No México,
são apenas 300 empresas e 265 na Argentina.

11. O Brasil é o segundo maior mercado de jatos e helicópteros
executivos.

Por que vocês têm esse vício de só falar mal do Brasil?

1. Por que não se orgulham em dizer que o mercado editorial de livros
é maior do que o da Itália, com mais de 50 mil títulos novos a cada
ano?

2. Que têm o mais moderno sistema bancário do planeta?

3. Que suas agências de publicidade ganham os melhores e maiores
prêmios mundiais?

4. Por que não falam que são o país mais empreendedor do mundo e que
mais de 70% dos brasileiros, pobres e ricos, dedicam considerável
parte de seu tempo em trabalhos voluntários?

5. Por que não dizem que são hoje a terceira maior democracia do
mundo?

6. Que apesar de todas as mazelas, o Congresso está punindo seus
próprios membros, o que raramente ocorre em outros países ditos
civilizados?

7. Por que não se lembram que o povo brasileiro é um povo
hospitaleiro, que se esforça para falar a língua dos turistas,
gesticula e não mede esforços para atendê-los bem?

Por que não se orgulham de ser um povo que faz piada da própria
desgraça e que enfrenta os desgostos sambando.

É! O Brasil é um país abençoado de fato.
Bendito este povo, que possui a magia de unir todas as raças, de
todos os credos.

Bendito este povo, que sabe entender todos os sotaques.
Bendito este povo, que oferece todos os tipos de climas para
contentar toda gente.
Bendita seja, querida pátria chamada
Brasil!!

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Porque não sou mais evangélico



Na nossa existência escolher é um imperativo.

É impossível viver sem escolher, sem fazer uma separação do que será bom ou mal pra gente, do que pode acelerar ou diminuir o crescimento da gente.

As escolhas geram dor. Mesmo as que são necessárias. Ao escolher uma coisa, um caminho, deixamos outra coisa, outro caminho de lado, para trás, que, em alguns casos, fizeram parte do nosso cotidiano durante muito tempo...

Quando escolhi não permanecer mais na Igreja Universal do Reino de Deus foi uma decisão que me trouxe muita tristeza. Não obstante as mágoas que levei dela, a saudade, durante muito tempo, das pessoas, das reuniões, das viajens se fez presente em mim.

Mas a Igreja do Betel Brasileiro, pouco a pouco, foi preenchendo o espaço antes ocupado pela IURD. Lá meu envolvimento foi maior. Se tornou o único espaço de socialização para mim, além da escola onde estudava e depois faculade, e da minha casa. Minha mentalidade, meu cotidiano, minha vida, foram totalmente moldados pela Igreja.

Eu já vinha pensando em romper com a religião. Mas, mesmo querendo eu não podia. Era lá que eu me sentia humano, porque a gente só se sente assim com a interação com outros humanos; era lá que eu me sentia útil, seguro, mesmo vivendo conflitos com as idéias, com a teologia, eu ainda não podia deixar ela.

Mas escolhi, depois de mudanças interiores em mim, não permanecer mais lá. Estou sentindo diferenças, mas não tanto como a escolha anterior. Agora minha rede social se expandiu, aumentei o número de colegas e amigos, já não sou tão isolado como antes, como há dois anos atrás.

Dois fatos aconteceram que me fizeram romper agora a pouco. O primeiro: meu primeiro emprego como professor. Foi na escola, ensinando, que aumentei minhas amizades, e ai quando eu passava pelas ruas não era visto somente como religioso, mas agora como professor. Lá eu expressava idéias tão silenciadas pela religião. Meu espaço de socialização se ampliara.

O segundo foi a campanha política de agora. Fiz muitas amizades. Criei vínculos com pessoas. Além do reconhecimento do meu trabalho como professor, agora sou reconhecido como político. Não me candidatei. Mas participei ativamente dessa campanha que domingo chega ao fim. Já não estou mais só. Já tenho pra onde ir, com quem ir, com quem conversar.

Era o que eu precisava para fazer a escolha há muito desejada. Aproveitei o carnaval fora de época daqui para anunciar essa escolha. Não sou mais evangélico. Posso voltar a ser no futuro? Não pretendo. Mas o futuro não pertence a mim. É feito por mim, em larga medida, mas não tenho sobre o domínio que todos homens e mulheres almejam.

É uma nova fase em minha vida. O novo sempre trás consigo sentimentos ambíguos. Mas essa mudança fazia parte de meus planos para 2008. Deu certo até agora. Depois...

Escolhi. A todo instante nós escolhemos. Não escolher já é uma escolha: escolher não escolher.

Portanto, só o tempo, só ele, dirá se fiz ou não a escolha certa...

domingo, 28 de setembro de 2008

As cores de Alagoinha























é DOMINGO o dia da ESPERANÇA


Faltam 7 dias para o dia que há tanto tempo espero.
Pode parecer poucos os dias. E na verdade são poucos se comparados com os dias que 2008 teve. Mais pouco ainda se comparados com os dias somados desde 2005.
Entretanto, esses 7 dias pra o dia 5 de outubro são muitos. Uma eternidade. Por quê? É fácil de responder. Quando a gente espera, anseia, deseja ardentemente por algo, a cada segundo da espera transforma-se num tempo sem fim, a sensação que tenho é a de que esse momento nunca vai chegar.
Mas chega. Sempre chega. E o domingo próximo, não obstante está tão distante pra mim, está mais perto do que nunca.
Não sou eu estou nesta espera tão angustiante quanto empolgante. Muitas pessoas também estão assim. São homens e mulheres, jovens e crianças, todos e todas juntos com um sonho coletivo: ver dias melhores para a sua cidade.
A esperança, a despeito do ditado popular, não é a última que morre. Ela nunca morre. Ela vive para sempre no coração, na alma, no espírito, de quem acredita numa causa, de quem tem um sonho, de quem vê uma luz onde só se ver trevas.
Eu tenho esperança. Minha terra, Alagoinha, também têm.

sábado, 20 de setembro de 2008

Aumenta fome no leste da África, diz ONU

Quase 17 milhões de pessoas na região conhecida como o chifre da África precisam urgentemente de alimentos e outros tipos de ajuda - quase o dobro do que no início do ano, segundo dados das Nações Unidas.

A ONU afirmou que são necessários US$ 700 milhões em ajuda urgente para evitar que a região entre em situação total de fome.

O principal responsável por assuntos humanitários na ONU, John Holmes, disse que os estoques de alimentos estão criticamente baixos em algumas regiões da Etiópia, Somália, Eritréia, norte do Quênia e Uganda.

A região sofre com secas, conflitos e o aumento do preço dos alimentos. O número de pessoas em risco pode aumentar ainda mais "se a seca piorar e a temporada de fome continuar", disse Holmes.

"O que precisamos, essencialmente, são mais fundos, e mais fundos agora, caso contrário a situação vai se tornar ainda mais catastrófica do que já é." Estima-se que o total de fundos necessários para ajudar as populações em risco até o fim deste ano seja de US$ 1,4 bilhão. Quase metade desta quantia já foi levantada, disse Holmes, mas ainda faltam US$ 716 milhões.

Mas ele afirmou que este não é o fim, e que poderão ser necessários novos fundos num futuro próximo.

A Organização para Alimentos e Agricultura da ONU afirma que a alta mundial do preço dos alimentos contribuiu para o aumento da fome no mundo, aumentando em 75 milhões o número de pessoas com fome no ano passado, que chegou a 925 milhões.

http://noticias.uol.com.br/bbc/reporter/2008/09/20/ult4909u5675.jhtm

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Minha comemoração do 7 de setembro

Domingo passado, 7 de setembro, foi o dia em que comemoramos a "independência" de nosso país.
Em muitos lugares ocorreram desfiles cívicos.
Em Guarabira, cidade onde trabalho e estudo, teve. Alguns me disseram que foi fraco, mas...
Em minha terra, Alagoinha, este ano misteriosamente ocorreu o desfile(qual terá sido o motivo?), foi sexta-feira passada.
Eu comemorei o 7 de setembro a minha maneira. Fui à praia. Me diverti bastante. Foi na Baia da Traição. Pela segunda vez neste ano. Abaixo umas fotos cívicas minhas.




sábado, 6 de setembro de 2008

A campanha de Alagoinha

A campanha política em Alagoinha começa a esquentar.
Ontem foram divulgados os números de uma pesquisa de intenção de votos.
O resultado já foi divulgado para todo o município. Como ela não foi registrada, a divulgação é limitada ao boca-a-boca. Por isso não posso, mesmo querendo, postá-los aqui.
Hoje, pela manhã, teve um movimento de jovens, que apóiam a candidatura de Alcione Beltrão, na feira. À noite, no sítio Jacaré, haverá um comício.
Fala-se que ocorrerá ainda, no sítio Barro, um comício da candidata Luzia, do DEM.
Amanhã é o dia 7 de setembro. Provavelmente não terá nenhum movimento de Marcus Beltrão, já que muitos aproveitam esse dia para comemorar a independência do Brasil nas praias.
Faltam 29 dias para as eleições. Até lá os ânimos tedem, naturalmente, a se acirrar mais. Soube que pessoas já parar no hospital por causa da campanha. Por quê? Prefiro não comentar...

sábado, 30 de agosto de 2008

O Bloco dos Sem Salários - manifestações dos professores de Alagoinha para receber seus salários

Desde ontem, estamos, em Alagoinha, vivenciando o nosso carnaval fora de época, "Alagoinha Folia". Se extende até amanhã. São três dias de folia, diversão, lazer, para a população da cidade e da circunvizinhaça. Até ai nada de mais. As festas são espaços de socialização e de renda. Bom para cidade. Bom para os fuliões.
Mas...
Nem tudo é festa em Alagoinha.
Enquanto uns vão se divertir, outros queriam, mas não podem. Soube que uma amiga até hoje estava com dor de cabeça. Por quê?
Os professores de nosso município estão há dois meses sem receber seus salários. Uma vergonha. Uma falta de respeito. Alguns nem o PASEP receberam.
Há três anos, essa situação vem se repetindo. Para poderem receber seus salários os professores e servidores da educação tem que fazer manifestações. Foram à justiça. Mas nada foi feito. Muito pelo contrário. Algumas merendeiras deixaram de fazer a merenda um dia e foram protestar pelo pagamento de seus salários, e sabe o que receberam? Um processo. E tem que pagar sextas básicas agora. Uma vergonha sem tamanho.
Nossa cidade não tem obras, não tem casas sendo construídas, não tem saneamento básico, não tem remédio de graça para a população, não tem transporte adequado, não tem escolas bem estruturadas...
Mas o dinheiro vem. As verbas são volumosas.
A pergunta que não quer calar: para onde vai o dinheiro?











quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Pensa em mim!!!!!!!

Pensa Em Mim
Darvin

Composição: Bernardo Faria / Conrado d´Ávila

Inspiração dos meus sonhos não quero acordar,
quero ficar só contigo não vou poder voar,
porque parar pra refletir se meu reflexo é você aprendendo uma só vida, compartilhando prazer.

Por que parece que na hora eu não vou aguentar,
Se eu sempre tive força e nunca parei de lutar?
Como no filme, no final tudo vai dar certo.
Quem foi que disse que pra tá junto precisa tá perto?


Pensa em mim
Que eu to pensando em você
E me diz
O que eu quero te dizer
Vem pra cá, pra eu ver que juntos estamos
E te falar
Mais uma vez que te
amo

O tempo que passamos juntos vai ficar pra sempre,
Intimidades, brincadeiras, só a gente entende.
Pra quem fala que namorar é perder tempo eu digo:
Há muito tempo eu não crescia o que eu cresci contigo.

Juntos no balanço da rede, sob o céu estrelado,
Sempre acontece, o tempo pára quando estou do seu lado.
A noite chega eu fecho os olhos e é você que eu vejo,
Como eu queria estar contigo eu paro e faço um desejo:

Pensa em mim
Que eu to pensando em você
E me diz
O que eu quero te dizer
Vem pra cá, pra eu ver que juntos estamos
E te falar
Mais uma vez que te amo


Mais uma vez que te amo...

domingo, 17 de agosto de 2008

Profanação

Carol Castro pousou nua para a Playboy com um terço na mão, profanando um objeto tão especial e sagrado para os católicos do mundo inteiro.

domingo, 10 de agosto de 2008

Ela, a vida

Vida louca, vida
Vida breve
...
Sempre falo na vida.
É a coisa mais importante que se tem a falar.
Aliás, tudo que falamos é sobre ela nos mais variados aspectos.
Quando falamos em política, falamos em como organizar/melhorar a vida da gente.
Quando falamos em esportes, festas, literatura, falamos em como nos divertir, às vezes, em como aliviar-se dos problemas e dificuldades da vida.
Quando falamos no amor, falamos em perpetuar a espécie (numa relação herero, óbvio), ou simplesmente em como vivermos melhor.
Quando nos lamentamos dos problemas, das dificuldades, falamos do lado "negativo" da vida.
Vivo a vida.
Sinto os seus espinhos.
Mas cheiros suas flores.
Experimentei derrotas.
Contudo, já provei o doce sabor da vitória.
Senti ódios.
Vivi amores.
Chorei deveras.
Sorri muito.
Tudo que experimentei de doce e amargo na vida vou provar ainda mais até que minha trajetória nela acabe.
A vida é assim.
Um dia estou nos montes, outro nos vales.
Um dia num óasis, outro no mais forte deserto.
Vida louca, vida
Vida breve!!!

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Um texto interessante sobre A Queda de Ricardo Gondim

Mentoria - Pessimismo antropológico.
Ricardo Gondim.


Prezado Diego,

Continuemos. Desejo trabalhar um tema “imexível” da teologia cristã. Embora nem sempre explicitada, a "Queda" é quase que ponto pacífico na maioria das teologias sistemáticas. Este termo, a "Queda", é um pressuposto antropológico na teologia, também chamado de “Pecado Original”.

Considerado essencial para explicar a universalização do mal, o Pecado Original também serve de base para a teologia sacrificial - "Cristo foi crucificado para aplacar a maldição de Deus que repousa sobre a raça humana desde o pecado de Adão".

Diego, tal conceito é quase unanimidade entre os cristãos ocidentais. Questioná-lo não é tarefa fácil, admito. Considera-se que o Pecado Original tenha nascido da pena do gigante Santo Agostinho. Ele cunhou o termo. Quando Pelágio o enfrentou nessa questão, Agostinho ganhou o duelo. Os debates que envolviam liberdade e depravação definiram a teologia desde então. Já ouvi alguém afirmar que depois de Santo Agostinho, tudo o que se escreveu sobre a antropologia cristã não passa de nota de rodapé. Não é preciso dizer que Pelágio desceu no ralo da história como herege e Agostinho virou santo.

Santo Anselmo, alguns anos mais tarde, aprofundou ainda mais o pessimismo antropológico agostiniano. Depois dele, o pecado original foi considerado uma verdade explicitada nos escritos de Paulo - principalmente na Epístola aos Romanos. Lutero o tornou o carro chefe de sua doutrina sobre a graça. E como você sabe, os calvinistas ingleses – os puritanos – levaram o pecado original até às últimas consequências. Deles e dos calvinistas holandeses, nasceu a predestinação dupla que afirma que muitos foram criados por Deus para sofrerem no inferno e poucos para se deliciarem no céu.

Leia o que escreveram os teólogos latino-americanos Juan Luis Segundo, Gustavo Gutierrez, Jose Comblin. Conheça os livros do historiador Jean Delumeau. Sugiro toda a obra do espanhol Andrés Torres Queiruga. Reconheço que entre os protestantes, não acreditar no Pecado Original é uma apostasia digna de fogueira. Você já sabe, quem não se fundamentar no Pecado Original, além de herege, será rotulado de relativista ou liberal.

Contudo, não estamos preocupados com rótulos ou com exílios, certo? Então, deixe-me fazer algumas colocações antes de entrar no debate bíblico (posteriormente vou escrever mais sobre o assunto).

1. O mundo não está desgraçadamente caído. Este planeta não é um espetáculo de horrores. Não vivemos na ante-sala do inferno. Vicissitudes, doenças, acidentes e mortes não são o resultado de vivermos em um mundo torto e maldito. Não, mil vezes não. Nosso mundo é contingencial, espaço onde coexiste a possibilidade da saúde e da doença, dos acidentes e dos livramentos, dos absurdos e da felicidade. Alegrias, risos, festas e beleza se concretizam com as mesmas chances que as balas perdidas, o câncer e os desastres automobilísticos. Não esqueça que, como nos organizamos, pode acontecer mais felicidade ou mais infortúnio. A probabilidade de ser assassinado no Brasil é muito maior que na Inglaterra. Mais crianças morrem antes do primeiro ano de vida na Índia do que na Bélgica. Se acontecerem dois terremotos com a mesma intensidade nos Estados Unidos e no Afeganistão, sugira onde será a pior devastação. Você não se pergunta por que os desastres naturais arrasam primeiro os pobres?

Mas, onde impera a injustiça o direito também pode triunfar; em meio ao ódio, a paz pode florescer. O acaso que produz morte também junta os amantes. Existe estatística que prevê o percentual de crianças nascidas com síndromes graves. Considerar deformidades genéticas como resultado da "Queda" e ainda ter estatística para as ocorrências é nonsense. Não dá para pensar em castigo que obedece as leis da probabilidade!

2. A morte física não aconteceu devido a uma dentada no fruto proibido. Morrer está em todo o universo. Sim, a narrativa do Gênesis descreve a morte. Entendo, porém, que aquela descrição se refere ao preço de assumirmos nossa humanidade, não a uma maldição. A consciência da nossa finitude foi o preço que pagamos quando saimos da irracionalidade. Os animais também sofrem e morrem. Só que eles não se angustiam com a dor ou com a brevidade da vida.

A termodinâmica preconiza que todo sistema (vivo ou inanimado) tende a se desintegrar. Tudo se esfarela, tudo morre. A natureza efêmera não é desdobramento de um pecado. Morrer faz parte da constituição intrínseca da criação. Só Deus é eterno. Se nascemos, vamos morrer. Com os conhecimentos modernos da astronomia, fica difícil imaginar que o colapso de uma estrela – sua morte – que aconteceu há dez bilhões de anos, seja conseqüência do pecado de Adão.

Precisamos repensar o pessimismo antropológico do movimento evangélico. Será que todos os seres humanos já nascem condenados? Os teólogos estão certos quando interpretam que somos “por natureza, filhos da ira de Deus”? Como pode uma pessoa vir ao mundo já culpada, se nem pediu para nascer? A humanidade foi mesmo tão solidária com Adão, que nela não “habita bem algum”, só perversão e pecado?

Li de um famoso evangélico brasileiro, professor de teologia, que o Pecado Original é a doutrina mais atestada pela história. Segundo ele, basta contemplar a hora do recreio de crianças no maternal. Meninos e meninas de um, dois, três anos já se mostram egoístas, maus e mentirosos. De acordo com as deduções do professor, são assim porque herdaram tanto o pecado como a culpa de Adão. Pergunto constrangido: será que a teologia não adoeceu os olhos do professor? Por que ele não consegue enxergar nessas mesmas crianças, alegria, altruísmo e facilidade para perdoar?

Não precisa repetir o otimismo de Russeau; a condição humana não é boa nem má, apenas ambígua. Delumeau afirma que “os seres humanos são capazes de tudo, inclusive fazer o bem”. Então, por que o mal se universalizou? Pelo simples fato de que o bem de igual modo se alastrou. Concordo, sobram exemplos de perversidade no mundo. Contudo, é possível encontrar sinais de bondade, solidariedade e beleza em todas as culturas, lugares e religiões. O mundo ainda não é uma Gothan City, nem uma Sodoma.

Em qualquer época da história foi e será possível achar religiosos, engenheiros, médicos, músicos, lavadeiras e militares fazendo o tanto o bem quanto o mal. O mal ainda não suplantou o bem. Os diques contra a maldade, embora rachados, não foram devassados completamente.

Sugiro que você repense o pressuposto do Pecado Original. Leia extensivamente alguns autores judeus – lembre-se, Jesus foi judeu. Você notará que nenhum teólogo ou rabino considerou o Pecado Original parte da natureza humana devido a Adão. Vale ressaltar, os Evangelhos não registram Cristo ensinando sobre o Pecado Original. Pesquise os teólogos protestantes contemporâneos. Os que se preocupam com uma práxis transformadora da história – teólogos da libertação, por exemplo – já abandonaram essa premissa, faz tempo.

Você sabia que Agostinho e Lutero tentaram explicar como o Pecado Original passa de geração em geração? Certa vez, questionaram Agostinho se o sangue de Cristo purifica as pessoas de todo o pecado. Logicamente o bispo africano respondeu que sim. “Está escrito, o sangue de Cristo não só perdoa como erradica todo pecado”. Replicaram: “se um casal cristão, lavado e remido pelo sangue do Cordeiro gerar um filho, de onde viria o pecado de Adão?”. Agostinho respondeu que o “pecado é transmitido pela relação sexual”. Segundo ele, “não é possível acontecer relação sexual sem concupiscência”. Lutero também repetiu essa mesma tolice.

Amigo, não considere as pessoas como “cães ou porcos”. Todos são filhos e filhas queridos de Deus. Evangelize valorizando a dignidade divina impregnada em todos. Trate o seu semelhante da mesma maneira que Jesus. Ele lidou com gentios, prostitutas, soldados e judeus com extremo carinho. Para ele, todos eram preciosos demais para se perderem. E Deus prova o seu amor, ao enviar Cristo para viver e até morrer, mesmo quando as pessoas se mostravam inimigas. Sabe por quê? Mesmo quando soterrada pela maldade, cada pessoa carrega a Imago Dei, a Imagem de Deus, e essa dádiva não pode se perder. Cristo veio buscar e salvar os esmagados pelo mal para fazer ressurgir a sua glória, impressa nos corações.

Soli Deo Gloria.


site:http://www.ricardogondim.com.br/Artigos/artigos.info.asp?tp=104&sg=0&id=1936

domingo, 27 de julho de 2008

Preciso Fugir...


Fugir.
Pra onde?
Não sei!
Só sei que quero fugir.
Quero romper esses muros que estão a minha frente.
Mas eles não me protegem? Sim. Também.
Só que me sufocam muito mais do que me defendem, me roubam de mim, me fazem ser o que não sou.
Sou estrangeiro em meu próprio círculo social.
Sofro até, em alguns instantes, xenofobia.
Como é ruim ser assim.
Como é péssimo não ser compreendido.
Como é horrível não ser o que você é.
Como é desagradável você acreditar numa coisa e não poder falar porque vai ser punido simbolicamente por isso.
Quero fugir.
Pra onde?
Ainda não sei.
Só sei que aqui não posso ficar.
Vejo pessoas ao meu redor que se submetem a regras sociais que as sufocam, as transforma em outras, aparentam ser o que não são.
Muita gente é assim.
A maioria, eu digo.
Gente que não faz o que pode lhe fazer feliz porquê tem medo de quebrar a falsa segurança que os muros lhe dá.
Me cansei de ouvir confissões assim.
Ser o que é tem um preço a ser pago.
Muitos morrerram.
Outros foram exilados.
Presos...
Por que é tão difícil aceitar o outro como ele é?
Ás vezes, é mais difícil ainda a gente se aceitar como a gente é.
Quero fugir.
Pra onde?
Tô descobrindo.
Tô me descobrindo.
Aqui não dá pra ficar.
Assim não posso ficar.
Vem comigo?

quarta-feira, 23 de julho de 2008

leseiras




Nossa!, mas um dia de minha vida se foi. 23 de Julho de 2008. Nada de mais aconteceu. Fiz o trabalho que tenho feito há alguns dias/meses. A única coisa de mais que aconteceu foi eu ter perdido o ônibus. Terminei tarde de varrer as salas da escola. Corri muito. Mas quando cheguei no ponto que espero ele, já tinha ido. Corri ainda mais, consegui pegá-lo já na saída pra minha cidade.


Senti tonturas. Pensei logo que pode ser por causa de meus óculos, um mês vencido. Agora mesmo, ainda estou tonto, sonolento, cansado. Mas, só vou durmir, espero, depois de A Favorita. Ontem já não assisti. Hoje não quero perder de jeito nenhum.


Quero ter um assunto para falar, mas não tenho nenhum. Quero ser um escritor famoso, lido e relido por muita gente, mas me falta talento pra isso. Queria expressar o que sinto em minha alma, com o brilhantismo dos grandes escritores que transformam coisas tão banais em poesia, romance, conto.


Tô conversando pelo msn com um cara, amigo, mas às vezes chato. Tá mandando eu procurar uma pessoa com urgência, uma pessoa que sumiu da vida dele de repente, coisa de amor.


Vou parar por aqui. Não tenho coisa importante para escrever.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Um pequeno olhar sobre as Eleições e a Democracia


Faltam mais de dois meses para as eleições.
A campanha dos candidatos a prefeito(a) e a vereador(a) está nas ruas com todo fôlego.
Os animos, mas do que nunca, estão exaltados.
Em minha cidade, Alagoinha, ameaças, agressões verbais, acusações levianas, já foram feitas por um dos grupos que disputam as eleições.
O momento eleitoral é o mais especial da sociedade Ocidental.
É o instante de louvor à democracia, nascida há muito tempo na Grécia, cheia de defeitos ainda, mas foi até hoje o melhor regime político inventado pelos homens.
O direito de escolher o governante, o legislador, é um bem precioso que deve ser preservado a todo custo.
Durante milênios reis, faraóis, imperadores, nobres, sacerdotes, governaram, legislaram, de forma tirânica, unilateral, absoluta, sobre a população.
A liberdade de expressão e de pensamento inexistiam.
Ser contrário a qualquer decisão significava morte.
O exemplo que está mais vivo na História é o da Bastilha, local onde ficavam presos os opositores ao Rei da França, antes da Revolução Francesa no século XVIII.
Ainda assim, no século XX, tivemos regimes ditatoriais, inclusive em nosso país.
A Ditadura Militar assombra muita gente ainda hoje.
Durante aqueles anos sombrios muitas pessoas foram assassinadas, torturadas, exiladas, perseguidas, por serem contra ao regime.
Por isso a Democracia deve ser preservada a todo custo.
Apesar de muitos ladrões estarem na vida pública, a possibilidade de tirá-los é real, e muitas experiências já aconteceram no Brasil.
Acredito que quando todos tomarem consciência plena de sua cidadania, de seus direitos e deveres, e saberem reivindicar, a Democracia estará efetivamente instalada sobre nós.
Enfim, as eleições se aproximam.
Fiquemos atentos as propostas dos candidatos(as).
Votemos no(na) melhor candidato(a).
Louvemos e reverenciemos a Democracia, o melhor sistema político que a hunanidade inventou.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Uma música que não sai de minha mente

Apesar De Você
Chico Buarque

Hoje você é quem manda
Falou, tá falado
Não tem discussão, não.
A minha gente hoje anda
Falando de lado e olhando pro chão.
Viu?
Você que inventou esse Estado
Inventou de inventar
Toda escuridão
Você que inventou o pecado
Esqueceu-se de inventar o perdão.

(Coro) Apesar de você
amanhã há de ser outro dia.
Eu pergunto a você onde vai se esconder
Da enorme euforia?
Como vai proibir
Quando o galo insistir em cantar?
Água nova brotando
E a gente se amando sem parar.

Quando chegar o momento
Esse meu sofrimento
Vou cobrar com juros. Juro!
Todo esse amor reprimido,
Esse grito contido,
Esse samba no escuro.

Você que inventou a tristeza
Ora tenha a fineza
de “desinventar”.
Você vai pagar, e é dobrado,
Cada lágrima rolada
Nesse meu penar.

(Coro2) Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia.
Ainda pago pra ver
O jardim florescer
Qual você não queria.

Você vai se amargar
Vendo o dia raiar
Sem lhe pedir licença.

E eu vou morrer de rir
E esse dia há de vir
antes do que você pensa.
Apesar de você

(Coro3)Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia.
Você vai ter que ver
A manhã renascer
E esbanjar poesia.

Como vai se explicar
Vendo o céu clarear, de repente,
Impunemente?
Como vai abafar
Nosso coro a cantar,
Na sua frente.
Apesar de você

(Coro4)Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia.
Você vai se dar mal, etc e tal,
La, laiá, la laiá, la laiá…….

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Frio


Estou com frio. Consequência natural do período que vivo. Frio físico. Toda noite tem sido assim. Logo no entardecer sinto meu corpo resfria-se. Gosto disso. É bom pra ler. É melhor ainda pra ouvir aquela música dileta. (Re)pensar a existência, os hábitos, o cotidiano tão vulgar.

Além desse frio (quem me dera este fosse o único) sinto outro. Mas difícil de ser afastado. Não gosto nada disso. É o frio da alma. Consequência de um período seguido de várias desilusões. Não dá pra (re)pensar nada. A vontade que tenho é não ter vontade. É me esconder num local em que ninguém me conheça, me veja, me note.

Muitos sentem este último tipo de frio. Por quê?

Sei lá.

Queria entender!!!!

quinta-feira, 3 de julho de 2008

O passado que perturba


[...]O homem feliz é o que não tem passado. O maior dos castigos, para o qual só há pior no inferno, é a gente recordar. Lembrança que vem de repente e ataca como uma pontada debaixo das costelas, ali onde se diz que fica o coração. Alguém pode ter tudo, mocidade, dinheiro no bolso, um bom cavalo debaixo das pernas, o mundo todo ao seu dispor. Mas não pode usufruir nada disso, por quê? Porque tem as lembranças perturbando. O passado te persegue, como um cão perverso nos teus calcanhares. Não há dia claro, nem céu azul, nem esperança de futuro, que resistia ao assalto das lembranças."

Extraído do Livro "Memorial de Maria Moura" de Rachel de Queiróz, p 191, 14ª Edição, José Olympio Editora.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Homossexualidade e a Carta de Paulo aos Corintios

Recebi por e-mail esse texto. Ele explica um trecho bíblico bastante usado para o combate da homossexualidade. Não sei, infelizmente, quem é o autor(a).

Vocês não sabem que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não se iludam! Nem os imorais, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os depravados,nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões,nem os avarentos, nem os bêbados, nem os caluniadores irão herdar o reino de Deus. Alguns de vocês eram assim. Mas vocês se lavaram, foram santificados e reabilitados pelo nome do Senhor Jesus Cristo e pelo Espírito do nosso Senhor.

Eis o texto sugerido por nossos leitores. Resolvi a falar um pouco sobre ele. Isto, porque fico profundamente confuso em relação à essas pessoas, ou estão pedindo ajuda na compreensão da passagem bíblica, ou acham que não lemos as Escrituras, ou se lemos não encaramos de frente os textos que lá estão. E, por conseqüência, não teríamos como responder, numa atitude positiva, a mensagem que lá está colocada.

Confesso que se fosse um diálogo com o catolicismo seria mais profundo o debate, uma vez que dentro da tradição católica a proibição está focada na reflexão ética e, tem suas raízes históricas profundamente arraigadas na construção da identidade do cristianismo, enquanto cultura judaico- cristã. Entretanto, a postura evangélica passa longe de compreender sua própria formação e, o debate se torna, imediatamente, postulado em cima da literalidade das Escrituras. Ou seja , basta uma compreensão exegética para elucidar o problema hermenêutico imediato. Porque é, exatamente, esta a postura assumida pelo cristianismo pós- reformado.

Assim, vamos ao texto: Corinto, cidade rica e comercial, com população estimada acima de 500.000 habitantes, e sua grande maioria- escravos.

Cidade portuária, cosmopolita, abrangendo assim, demasiada diversidade cultural, étnica e religiosa. As pessoas que lá se estabeleciam, assim, faziam à procura de vida fácil e de muito luxo. A atmosfera de Corinto era cercada pela ambição e imoralidade. Isso se somava a desigualdade social acintosa entre a riqueza exorbitante de uma minoria e a miséria escandalosa de grande maioria. Nessa época surgiu uma expressão que dizia: "Viver à moda de Corinto", significando viver na orgia e no luxo.

Entre os anos de 50-52 da era cristã, Paulo viveu nessa cidade por 18 meses (cf. At 18,1-18). E, fundou uma comunidade- formada de pessoas vindas das camadas mais modestas dessa sociedade- a comunidade cristã de Corinto. A primeira carta veio no ano de 56, aproximadamente, da era cristã, e foi escrita em Éfeso. O motivo: a comunidade estava reproduzindo no seu ambiente cristão à vida social da cidade.

Destarte, surgiram as divisões; grupos sectários promovendo politicagens e contendas. Assim, a carta veio com alguns objetivos mui específicos: O primeiro) Restabelecer a unidade da igreja- e elegendo um único líder, a saber, Cristo, que não é divido. O segundo)Terceiro) Responde a várias perguntas de irmãos da própria comunidade, orientando-os sobre: matrimonio, celibato, divórcio ou não, virgindade, comportamento dos nubentes, novo casamento às viúvas, culto aos ídolos (Cf. I Co 7). Depois fala da liberdade cristã e, o RESPEITO AOS OUTROS, colocando, tal respeito, como fundamento dessa liberdade (Cf. I Co 8-10). Quarto) Estabelece a compreensão da ordem no culto, assim, postula o fundamento do véu às mulheres, protesta contra as diferenças de classe social- escrevendo o poema, falando do verdadeiro fundamento, que sustenta todos os outros como a fé e a esperança, a saber: o amor! Ou seja- todos os dons só têm verdadeiro significado, quando em amor são colocados à serviço uns dos outros (Cf. I Co 11-14). O quinto) Fala da ressurreição, do ápice da fé: que é a vida superando a morte (Cf. I Co 15).

Bem, o primeiro aspecto era compreender a carta, suas motivações, seu panorama e sua importância cultural, na formação de uma identidade cristã, na igreja nascente. Agora, é interessante contextualizarmos a passagem sugerida dentro da própria carta, para uma compreensão exata da mensagem do autor.

A perícope que nos foi sugerida, encontra-se no segundo grande bloco temático. Tal bloco contém o desenvolvimento da chamada teologia do corpo- que é oposta a imoralidade. Portanto, há uma apologia direta, clara e objetiva à questão da liberdade :"...tudo me é lícito, mas nem tudo me convém". O cristão deve saber discernir o que leva o crescimento humano- da condição da pessoa e seu desenvolvimento salutar. O Cristo nos libertou, e essa liberdade é para ser vivenciada, não devendo se perder, ou se fazendo novamente escrava. Nem mesmo da própria pessoa, dos seus desejos, do seu corpo. Este é templo do Espírito, e onde há o Espírito há liberdade.

Portanto a perícope do capítulo 6, 9-11 faz a transição do tema anterior (julgamento em tribunais pagãos) ao tema do corpo. Tudo refletindo uma única estrutura à condenação dos injustos, que , na verdade, seus pecados (o da injustiça) é tal como o da prostituição ou imoralidade.

Nesse momento, Paulo faz uso de dois termos gregos para tal transição e comparação da injustiça ao imoral dado à prostituição: Malakois e arsenokoitai. Teologicamente, não há consenso sobre o que significa exatamente esses verbetes. Entretanto um teólogo biblicista Robin Scroggs compara estes com a prostituição masculina. Então malakoi seria o jovem efeminado que se oferece à relação com homem adulto (prática comum na Grécia antiga). Valendo-se da oferta. Arsenokoitai seriam os homens que pagariam para ter tais jovens. Sustentando, o teólogo, sua tese no versículo que diz do pornô ou imoralidade difunda no bloco completo da perícope.

Contudo, Malakoi não está relacionado a uma interpretação única, imediatista ou fundamentado numa postura restrita, simplória, como se esses jovens, que o biblicista considera, fossem garotos de programas, exclusivamente, homossexuais. A compreensão deve ser in totum, sem preconceitos oriundos da época vitoriana. Malakoi também é citado nos Evangelhos de Mateus e de Lucas. Vamos aos textos: O que vocês foram ver? Um homem vestido com roupas finas? Mas aqueles que vestem roupas finas moram em palácios de reis (Mt 11,8); Mas o que saístes a ver? Um homem trajado de vestidos delicados? Eis os que andam com preciosos vestidos, e em delícias, estão nos paços reais.(Lc 7,25). Malakos (sing.), Malakoi (plur.) quer dizer delicado, mole, suave. Está relacionado com a nobreza, com os palácios dos reis. E na época romana com a vida farta dos palácios cheia de LUXÚRIA. É usada para os jovens dos cultos de Afrodite nos templos, pela beleza e suavidade.

Como Paulo estava combatendo uma idéia dentro da comunidade de Corinto, que havia se infiltrado no modus vivendi daquelas pessoas, o uso do termo malakoi diz de prostituição, ou sexo em favor da ganância pela vida regrada. Em outras palavras daqueles que se prostituem nos palácios, para terem muito dinheiro e regalias reais. Também diz daqueles que se casam por dinheiro, ou daqueles que namoram por causa de uma casa de luxo ou um carro do ano, ou do bom nome da família do pretendente. O termo que Paulo usa para especificar aqueles que vivem à moda de Corinto, ou seja, na orgia e no luxo é malakoi.

Também o termo arsenokoitai foi empregado no texto, e ele diz do macho ligado ao sexo para ritos pagãos (culto ao sexo) nos templos greco-romanos. Eram ritos de iniciação sexual e coloca o nosso texto, portanto, comparando o pecado da idolatria ao pecado da porneia. Ou seja, a idolatria gerada pela injustiça é prostituição aos olhos de Deus e destrói o corpo, gera a imoralidade, escraviza a alma.

Assim, dados os devidos esclarecimentos, o texto não trata da homossexualidade, como hoje é entendida. Também há um erro de tradução crasso nas escrituras ao traduzir malakoi por efeminado (como um menino cheio de jeitos femininos), porque a tradução correta falaria da luxúria e do obreiro do sexo para arsenokoitai, ligando toda à lógica de Paulo à sua estrutura verdadeira, pois os efeminados e os sodomitas ficaram na lógica estrutural fora do próprio contexto. Ele diz da injustiça que é imoral, idólatra, depravada, adultera, luxuriosa e se encontra dentro dos templos entre beberrões, ladrões e avarentos, que se caluniam mutuamente vivendo à moda de Corinto.

Se os homossexuais viverem uma vida luxuriosa tal texto é também para eles, mas os efeminados não serão jogados para fora do reino de Deus, poque nesse texto o termo grego é malakoi e quer dizer delicadeza da vida desregrada! Portanto, pegue o texto e leia todo o capítulo 5 até o 7 e, veja se a transição, no capítulo 6, 9-11, não fica melhor, ou seja, na lógica do contexto sendo traduzido da forma correta, e não pelo caráter preconceituoso, oriundo da época do vitorianismo, que deixou o texto sem uma lógica real. Advertir contra os escândalos de incesto, julgamento em tribunais pagãos, luxuria, elaborando desta feita, uma teologia do corpo que é TEMPLO DO ESPÍRITO SANTO (Cf. I Co 5-6).

terça-feira, 24 de junho de 2008

Desigualdades diminuem no Brasil

Se tem uma coisa que sempre me deixou incomodado é a grande disparidade social no Brasil.
Assim que comecei a estudar geografia, mormente no ensino médio, os conteúdos referentas a destribuição de renda no país me deixavam triste e ao mesmo tempo com uma revolta grande.
Por que uma pais tão grande, tão rico, tão abundante em recursos, é tão desigual, excludente, injusto?
Por que uma minoria detêm a maior parte das riquezas e uma maioria sequer tem o suficiente pra atender as necessidades mais básicas?
Essas questões me fizeram (ainda fazem, mas não como antes) sonhar com um mundo mais justo, um mundo socialista, onde todos fossem iguais.
No ano do vestibular, Capitães da Areia, de Jorge Amado foi leitura obrigatória. Li três vezes seguidas. A cada leitura eu me encatava ainda mais com o texto. Sonhava com a revolução. Com a implantação do socialismo, como fica implicito no texto, único caminho pra melhorar e mudar o mundo.
Mas não é sobre minhas utopias que quero falar.
Voltando a questão das desigualdades.
Como disse isso sempre me inquietou. E muito.
Pois ontem no meu jornal dileto vi uma noticia animadora.
As desigualdades diminuíram no país. Já era tempo.
Os pobre estão, finalmente, ganhando mais. Tendo acesso a o que durante séculos lhes foi negado.
Vou postar a notícia que encontrei no Wscom:

Desigualdade entre salários de ricos e pobres caiu 7%, diz Ipea

A desigualdade entre os rendimentos dos trabalhadores brasileiros caiu quase 7% entre o quarto trimestre de 2002 e o primeiro de 2008, indica um estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) divulgado nesta segunda-feira.

Nesse período, o índice de Gini na renda do trabalho, ou o intervalo entre a média dos 10% mais pobres da população e a média dos 10% mais ricos, caiu de 0,543 para 0,505. O indicador varia de 0 a 1 - quanto mais perto de 1, maior desigualdade.

"Para um país não ser primitivo, esse índice precisa estar abaixo de 0,45", afirmou o presidente do Ipea, Marcio Pochmann, em entrevista à BBC Brasil.

Os números divulgados pelo Ipea mostram que a diferença diminuiu porque os ganhos de renda dos mais pobres foram quase cinco vezes maior que a recuperação da dos mais ricos.

O estudo do Ipea divide a população em dez grupos pela renda e mostra as variações nas médias salariais de cada decil. No acumulado do período, os três primeiros decis (com médias salariais de R$ 206, R$ 378 e R$ 422) tiveram aumentos salariais de 21,96%, 29,91% e 15,79%.

Para efeito de comparação, os três decis mais ricos (com médias salariais de R$ 1.159, R$ 1.797 e R$ 4.853) acumularam ganhos de 2,3%, 2,1% e 2,6%.

Políticas sociais

Para Pochmann, a redução da desigualdade é conseqüência do crescimento econômico com estabilidade monetária e articulado com políticas sociais.

"Geralmente aqueles que têm melhor escolaridade tendem a ter melhores resultados, especialmente em um país onde há preconceitos como o racial e o de gênero. O crescimento cria um ambiente favorável, mas por si só não garante melhor distribuição intersalarial", disse o presidente do Ipea.

O estudo, porém, diz que com a redução do desemprego e a expansão do PIB "seria razoável esperar um crescimento na demanda por mão-de-obra principalmente de menor valor e, por isso mesmo, uma elevação dos salários de base em relação aos extratos de mais elevada renda".

O Ipea cita ainda o crescimento do pessoal empregado e o aumento da massa salarial e do número de carteiras assinadas como "efeitos benéficos" do crescimento econômico do país.

Padrão tributário

Para manter a tendência de diminuição das diferenças salariais, Pochmann diz que é necessário mudar o "padrão tributário" do país, que hoje, com a grande carga de impostos indiretos, faz com que a população mais pobre pague proporcionalmente mais tributos do que os ricos.

"No ganho acumulado, uma parte se perde por força da tributação."

Do ponto de vista conjuntural, o presidente do Ipea considera a alta dos juros e a inflação as maiores ameaças à tendência de diminuição das diferenças salariais identificada no estudo.

Segundo o estudo, a participação dos salários no PIB tem se mantido estável desde 2004, revertendo uma tendência de queda verificada até então (de 40,3%, em 1995, para 35,8%, em 2002, segundo exemplo citado no estudo).

O levantamento foi feito a partir dos microdados da PME (Pesquisa Mensal de Emprego) do IBGE. O Ipea é vinculado ao NAE (Núcleo de Assuntos Estratégicos) da Presidência da República.

bbc brasil
http://www.wscom.com.br//noticia/noticia.jsp?idNoticia=113382


Claro que tem muita coisa pra ser resolvido.
Mas os números, ainda que longe do ideal, devem ser comemorados.
E não podemos tirar o mérito do governo Lula que tem trabalhado para os mais pobres.
O Brasil está melhor. Isso me faz ter confiança em dias melhores.

Você poderá gostar também

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...