sábado, 19 de novembro de 2011

Diante do novo...



Preciso ousar. Experimentar algo não imaginado. Permitir que sentimentos novos tomem conta de mim. Me permitir viver algo ainda não sonhado.

E se não der certo? A incerteza sempre existe. Que graça teria a vida se tivéssemos todas as certezas? Mesmo assim, é humano querer saber o tipo de solo que se vai pisar...

O desconhecimento perturba. A novidade pode desestabilizar meu eu... Tudo que é conhecido é seguro. Pode não ser bom, mas a gente sabe o que esperar. Já o novo...

Mas e se não der certo? A pergunta persiste. A resposta inexiste. Mesmo assim, vou tentar . Não custa nada. O máximo que pode ocorrer é meu coração ficar coberto de feridas. Contudo, já tenho experiências pretéritas que vão me ajudar caso as dores superem o prazer. 

As dores afetivas, quando no auge, parece infindas. Mas passam...

Preciso romper com as verdades estabelecidas no meu ser. Quebrar os conceitos cristalizados nos meus sentimentos. Ir além do lugar cómodo que vivo.

E o horizonte se abre cheio de expectativas. O novo me fascina e me amedronta. Mas vou seguir em frente. Seja o que Deus quiser



segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Quem não é político?



É comum muita gente falar que não gosta de política, que não é política e que nunca será. O repúdio a atividade política representativa é legítimo haja vista a forma espúria que nossos representantes, seja no executivo ou no legislativo, atuam. Mas será que o repúdio à Política vale mesmo a pena?

Primeiramente, é preciso diferenciar a Política, com P maiúsculo, da política praticada por vereadores, prefeitos, deputados e todos aqueles eleitos a cada dois anos para governar ou legislar para a população.

As pessoas são sociais por natureza. Minha existência depende da existência do outro. Ninguém vive sozinho no mundo. Precisamos do outro para ter a humanidade garantida. E nessa relação do eu com o outro se forma as relações sociais e políticas.

Agassiz de Almeida Filho, paraibano e um dos melhores constitucionalistas do Brasil, sempre coloca os significados que a Política têm. Um primeiro significado enxerga a política como organização da convivência comunitária. Como falei acima, precisamos do outro para existir e nessa dependência criamos relações sociais e políticas. A partir disso, necessitamos de organizar a nossa vida em comunidade para vivermos bem e em paz uns com os outros. Esse é o primeiro entendimento de política.

Uma segunda compreensão da política está relacionada ao poder. Para a grande maioria das pessoas política é sinônimo de poder. Poder entendido na sua acepção mais comum, ou seja, como mando, ordem, execução... Mas o próprio poder vai além desse entendimento vulgar, como bem mostrou Michel Foucault.

De todo modo, à política entendida como expressão do poder enoja as pessoas devido à corrupção, aos desmandos, aos desvios do dinheiro público, a pouca honestidade de todos que exercem, em nome do povo, como diz a Constituição Federal, o poder político. Na verdade isso não é política, mas sim politicagem.

Mas será que a inércia diante dessa política praticada no Brasil vale a pena? Não é melhor tentarmos reinventar a forma de fazer política e de exercer o poder, a partir da perspectiva da política como organização do espaço comunitário?

João Ubaldo Ribeiro certa vez disse que todo mundo é político. Até quem diz que não é político, que prefere não votar, não opinar, não fazer nada diante do espaço público é político. Como assim? Quando não ligamos pra nada na vida política terminamos assumindo uma atitude conservadora, ou seja, estamos dizendo que tudo está bem e que, portanto, deve continuar, uma vez que a nossa omissão só favorece que está no exercício atual do poder.

Enfim, não tem como fugir da vida pública, da Política. Em vez de só reclamarmos ou ficamos inertes, não é melhor pensarmos em formas alternativas de organizar nossa vida comunitária, nossa cidade, estado e país? Não é preciso ser filiado a algum partido político para pensar soluções para os problemas que nos atingem coletivamente. Só basta ser sujeito político. E todo ser humano, enquanto ser social, é político.

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