quinta-feira, 28 de abril de 2011

Meu silêncio faz barulho

Parei...
Preciso de silêncio.
Lá fora muitas vozes, muitos sons, muito ruído.
Esses sons tiram a minha paz.
Tira-me de mim.
Preciso me encontrar.
Encontrar o Eu tão sufocado pelos discursos.
Discursos propalados nos púlpitos, na mídia, na escola, no lar.
Discursos que sufocam, ferem e matam.
Discursos que me impede de ouvir a voz do meu interior.
Aqui nesse quarto vou fazer a experiência do silêncio.
Nenhum ruído no exterior.
Tudo calmo.
Uma pausa no mundo dos sons.
Vou meditar.
Vou entrar em mim.
Vou entrar naqueles lugares escondidos que ninguém pode entrar.
Vejo o quão bagunçado se encontram esses lugares.
Mas no silêncio farei minha faxina.
De repente uma quebra.
O que é isso?
Paredões estrondam vozes ininteligíveis.
Não acredito.
Logo agora!!!
Só pode ser um sonho.
Ou melhor, um pesadelo.
De onde vem esse barulho todo?
A resposta me apavora.
Essas vozes dissonantes estavam guardadas dentro de mim.
Durante a limpeza, acabei arrombando o lacre da caixa de vozes.
Estavam todas lá.
As vozes dos discursos que tanto combato estavam dentro de mim.
Procurei o silêncio e encontrei mais barulho.
Esse barulho, contudo, começa a desaparecer.
Pouco a pouco retomo ao silêncio.
Só alguns ruídos restam.
Eles vão desaparecer.
E eu voltarei pro meu silêncio sagrado.
Voltarei pra o meu Eu.
E assim terei paz.
Oxalá!

segunda-feira, 18 de abril de 2011

O direito dele ser ele


Ele quer apenas ser ele mesmo. Nada mais nada menos do que isso. Ter o direito de ser quem é.

Seus pensamentos nos últimos dias viajam pelo espaço. No espaço tudo é possível.  No espaço não existem fronteiras delimitando o certo e o errado.

De repente uma queda. Ele cai do espaço. Quando menos espera volta ao mundo real, mundo que o atormenta, que o estigmatiza, que o fere constantemente. Um mundo que o impede dele ser quem é ele é de fato.


Tenta voltar pro espaço. Não consegue. Depois de ter pousado só resta à esperança de em outro momento voltar a esse lugar utópico, que o possibilita um intervalo de felicidade diante das situações lancinantes do mundo fático.

Já que perdeu seu lugar no espaço onírico, ele se volta para o espaço virtual. On-line ele fica mais a vontade. Mesmo sabendo que esse mundo é o reflexo do mundo real, ele encontra pessoas iguais em carências, dificuldades e sofrimentos. Isso forma uma rede de solidariedade e apoio fundamental para enfrentar a vida como ela é.

Roubar é crime! Subtrair coisa alheia leva a cadeia. Mas será que ninguém percebe que existe outro roubo pior do que o que está descrito no Código Penal?

O roubo da identidade é imensuravelmente pior do que o roubo de algum objeto concreto.

Ele é roubado diariamente. Em casa, na rua, na faculdade. São palavras, interditos, normas que roubam todas as possibilidades dele ser quem é.

O roubo da subjetividade deveria ser punível com a pena máxima.

Mas como punir aqueles que são responsáveis pela criação das mesmas normas que elege uma classe de pessoas como detentoras de direito e exclui outra parcela por ter determinadas características diferente da maioria? Ora, são eles mesmos os principais protagonistas dessa engenharia nociva que tenta igualar as pessoas quando a diferença é a marca da existência humana.


Ele só deseja ser ele mesmo. Por que é tão difícil aceitar um comportamento que em nada vai afetar a vida de outrem?


Fica off-line. As inquietações interiores impedem dele navegar a vontade. Tenta voltar a dormir, mas sua mente está tão perturbada que isso se torna impossível.

Ele só deseja viver plenamente suas possibilidades humanas. Apenas isso. Mas não querem deixá-lo viver do jeito que ele é. Roubam constantemente sua identidade. Ele recupera num dia, no outro acontece à mesma coisa.

Ele só deseja ser quem é...

sábado, 16 de abril de 2011

Tocando em Frente

 Apesar de todo o sofrimento, das lágrimas derramadas, das dores na alma, da ausência de apoio de onde mais se deveria esperar, da incompreensão, da reponsabilidade por algo que não se tem culpa ou como evitar, das pedras atiradas... É precisar tocar em frente...



Lá ondem ninguém ver nada, onde a incerteza prevalece, onde tudo é desconhecido, lá pode ser o lugar da realização plena da vida, o lugar dos desejos satifestos e das utopias possíveis, para lá toco minha vida...


"A fé é um modo de já possuir aquilo que se espera, é um meio de conhecer realidades que não se vêem." Hebreus 11.1.

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