sexta-feira, 8 de março de 2013

8 de março de 2013

O 8 de março chegou. Temos (eu me incluo também já que não precisa ser de determinado gênero ou grupo pra celebrar vitórias ou lutar por avanços dele) muitas conquistas. Mas muito desafios. 

O direito penal brasileiro tem mecanismos legais para enfrentar a violência contra as mulheres, a Constituição diz que homens e mulheres são iguais, ninguém ousa, abertamente, dizer que mulheres são inferiores aos homens... mas na prática, todo mundo sabe, isso é bem diferente. 

A Lei Maria da Penha, por exemplo, não tem sido aplicada de fato. A igualdade constitucional não se realiza, uma vez que, nas mesmas profissões, homens e mulheres não ganham de forma semelhante. 

Além disso, não dá pra comparar uma mulher de classe média alta com uma mulher que mora numa cidade do interior ou numa favela de uma grande cidade. Não dá pra comparar a mulher branca com a negra. A mesma experiência de preconceito e discriminação da mulher lésbica ou trans não é vivenciada pela mulher hétero. A mulher de religião cristã está, socialmente falando, em um patamar muito superior que a mulher de religião afro. 

Temos prefeitas, vereadoras, deputadas, senadoras, uma governadora de estado, ministras, juízas, desembargadoras, presidenta da república, empresárias... Mas também temos muitas mulheres que nem podem sair de casa, que vivem em um sistema patriarcal que as aprisionam, que as silenciam, que impede qualquer manifestação no sentido de romper com a lógica androcêntrica na sociedade. 

Nesse dia 8 de março não é possível louvar, tão somente, as conquistas, mas, acima de tudo, é preciso discutir os desafios para a construção de uma sociedade justa, fraterna e solidária, sem esquecer, também, que a opressão de gênero não pode ser dissociada da opressão sexual, econômica, racial e religiosa.

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