sábado, 25 de abril de 2009

Paixão


São 22:43. Cheguei agora a pouco da praça central. Conversava com uns amigos(a). Falávamos sobre política local e religião. Antes tinha conversado com uma garota. Foi minha aluna durante um bimestre no ano passado. Mas não tive tempo de conhecê-la como a conheço hoje. Eu acabara de chegar de Alagoa Grande (fui para um louvor do EJC). Ao largo da Igreja muitas pessoas estavam aglomeradas, proseando. Assim que cheguei ela veio falar comigo. Percebi tristeza no seu semblante. Olho mais adiante e vejo o motivo. O cara que ela estava afim conversava, distante de todo mundo, com outra menina. Logo ela me confessa ter recebido uma notícia que a deixou daquele jeito. Imagino qual tenha sido. Eu já fiquei triste e até chorei, lhe disse, com uma notícia do tipo.

É incrível como a paixão tem o poder de nos deixar efusivos tão quanto cabisbaixos. Quando estamos apaixonados e sentimos uma ponta de esperança no(a) outro(a)tudo parece ter mais sentido. O sentimento expande-se para as outras áreas de nossas vidas. A existência torna-se mais excitante. Nossa sensibilidade aumenta. Uma música nos faz bem. Uma flor prende nossa atenção. Acordamos e agradecemos a Deus por mais um dia de vida. Mas quando a esperança no outro(a) se esvai... O vinho se transforma em água. As coisas perdem o sentido e vida transforma-se num caos. Ficamos irritados. Tristes. Depressivos. A paixão tem dois lados. Essa minha amiga experimentou o primeiro. Gostou. Agora estava vivenciando o segundo e doloroso lado. Eu já vivi os dois. Já estive no céu e no inferno por causa da paixão.

O pior é que o cara enganou ela. Quando sofremos por uma paixão não correspondida a dor é menor se comparada a de uma pessoa que foi alimentada com esperanças. Nunca alimentei expectativas em ninguém se eu não fosse corresponder. Errei com uma pessoa que me envolvi pela internet, acabando o relacionamento pouco antes de nos encotrarmos, mas nunca lhe enganei. Meus sentimentos eram reais, não obstante, o amor ser virtual. Até dia desses eu estava ficando com alguém. Mas deixei desde o primeiro instante que não queria namorar. Por isso pedi para que ela não se apaixonasse por mim. Eu sabia que se isso chegasse a acontecer eu seria motivo, objeto de sofrimento. Se ela se apaixonou por mim, o que acho que aconteceu, não foi porque eu lhe dei esperanças futuras. Sei o quanto é péssimo não ser correspondido.

Vou rezar por ela. Ela é adolescente ainda e nesta fase até um abraço pode ser entendido como um gesto a mais que amizade. É carente. E também sou mas já consigo viver melhor com essa carência afetiva. Torço para que ela encontre alguém que seja leal com seus sentimentos. E espero também ser leal com uma pessoa que realmente desperte minha atenção. Muitas pessoas já despertaram, sem dúvidas. Mas a timidez me impede de me aproximar. Ou será o medo de não ser correspondido? Talvez os dois.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Ele


Ele estava alí. Quieto. Abosorto em seus pensamentos. Um pouco distante algumas pessoas o observava. Achavam estranho um garoto tão bonito e tão solitário. Contrastes da vida. A sua beleza atraiam as pessoas para si, mas ele não sentia-se atraído por nenhuma. Queria ser aceito em sua subjetividade e não por sua exterioridade. Muitas vezes questionou o motivo de sua existência. Por que tinha nascido assim? Não seria mais fácil ser igual a todo mundo? Por que,Deus, o fez desse jeito? Eram tantas questões que invandiam sua psiquê. Eram tantas as perguntas sem respostas.

O sol estava quase se pondo. Por um momento ele interrompeu suas interrogações. Quis contemplar o espetáculo da natureza. Enquanto olhava o horizonte, a natureza, as nuvens douradas, os pássaros voando, sentia a presença do sagrado, esquecia seus problemas. Uma sensação de plenitude invadia sua alma. Estava fora do mundo. Queria eternizar aquele instante.

De repente ouve um movimento. Tem alguém pisando na grama em que ele está sentado. Olha para trás. Vê uma criança. Ela vinha pegar um brinquedo que tinha esquecido. Por um momento ele perdeu a concentração diante do show que estava assistindo. Mas sua atenção se volta para o ocaso. O sol que desaparece é o mesmo que surgirá amanhã, pensa. A noite vem surgindo. Olha o relógio. Levanta-se. Percebe que as pessoas que estavam um pouco atrás já tinham ido embora. Quem dera seus conflitos fossem também...

Vai para sua casa. Até lá não sente muito a vontade. Sua família nunca vai lhe entender, pensa. Passa por seus pais. Eles estão falando sobre alguma coisa que foi comprada durante o dia. Entra no seu quarto. Liga o PC. Encontra no mundo virtual o que mundo real lhe nega. É aceito, tem amigos (a), namora... Por que só na internet encontra aquilo que lhe é negado no dia-a-dia? Certamente muitos do que nela navegam são como ele.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Sem net é phoda


As necessidades humanas são inventadas. Nem todas. Mas a maioria das necessidades que o ser humano têm no século XXI foram criadas.

Temos necessidades essenciais. Sem ela a existência é impossível. Comer, beber, dormir, vestir, relacionar-se...

Mas, sobretudo depois das Revoluções Industriais, necessidades novas foram forjadas.
Geladeira, fogão a gás, TV, rádio, revistas, celular, internet... Foram e são tantos os objetos que o homem inventou, antes desnecessários porque tínhamos outras necessidades, hoje indispensáveis a nós, meros mortais.

Hoje não vivo sem internet. Conheci essa tecnologia há 5 anos, em 2005. De lá pra cá fomos nos conhecendo e nos apaixonando. Os sites me encantavam. Descubri o e-mail. Cheguei a criar vários. As salas de bate papo, uauuuu. Orkut. Em 2006, uma amiga me enviou um convite. No começo não sabia direito. Depois... Tenho quatro Orkut, três perfis verdadeiros e um fake. Msn. Como é bom teclar com outra pessoa de outra cidade, de outro estado. Gente que eu sequer sonhava existir. Gente que só raramente na vida eu via. Myspace. Tou aprendendo ainda. Faço parte de outras redes socias também. Blog. Tenho três, esse e mais dois; um é do fake que tenho.

Tudo isso faz parte do meu cotidiano. Está privado da net é como não se alimentar. Mas na semana santa tinha que fazer um jejum. Fiz de quê? Nem precisa dizer.
Ontem fui acessar. Tava sem conexão. Que droga, pensei. Só hoje volto para ela.
Dois deputados morreram, soube agora pela manhã, quando acessei o G1. Vi no blog de Eginaldes os comentários a respeito do ônibus novo que chegou na prefeitura. Tinha vários recados no Orkut. Um monte de e-mail, a maioria deletei; como eu ia lê-los todos?

Agora, 09:04, a lembrança traz um trecho de uma música de Ana Carolina (a deusa). "A vida tão simples é boa..." Será mesmo? "Quase sempre"...

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Minha comunhão depois de vários anos


Domingo, 8 de Abril de 2009. Manhã do domingo de ramos. A Igreja de Nossa Senhora da Conceição estava cheia. Na semana santa os católicos saem de suas tocas e vão a casa de Deus. A missa celebrada pelo Padre Jardiel foi muito bonita. Fico com um frio na barriga. Estou inquieto. Ansioso. Por quê?

Depois de vários anos. Acredito que foi mais de 8 anos. Eu iria voltar a comugar. E comuguei. Não compreendia bem o que era a comunhão, a hóstia. Não conseguia entender o cuidado de muitas pessoas pelo sacramento da comunhão. Não entendia o porquê as pessoas se emocionavam quando olhavam para o Santíssimo. Mas no retiro de carnaval que fui, na cidade de Remígio, esse ano, minhas dúvidas foram clareadas.

Quando era evangélico a Eucaristia era chamada de Santa Ceia. Lá o pão e o vinho era um memorial da última ceia que Jesus fez com seus discípulos antes de sua paixão. Era apenas uma representação do Corpo e do Sangue de Cristo. Foi Lutero quem primeiro combateu a transubstanciação (a crença de que o pão e o vinho se transformava no Corpo e no Sangue de Cristo). Para ele Jesus estava presente nestes elementos mas os mesmos não se transformavam no seu Corpo e no seu Sangue.

Na Igreja Católica a hóstia é Jesus real, sacramentado. Só consegui aceitar essa doutrina quando uma mulher, com sua simplicidade, palestrou sobre a Eucaristia no retiro. Sua mensagem me tocou profundamente. Naquele instante minha vontade era de comungar. Mas eu tinha que falar com meu padre. Várias vezes marcamos de conversar, mas a falta de tempo impedia isso. Sábado, fui junto com uma amiga almoçar com ele em Guarabira. Eu o perguntei quando a gente iria conversar sobre esse assunto. Ele me falou que tinha exposto meu caso ao Bispo da Diocese e ele tinha me liberado. Fiquei super feliz. No dia seguinte eu comunguei.

Estava esperando muito. Na fila eu tinha a percepção que os olhos das pessoas estavam sobre mim. Mas chegou a hora tão esperada. E comuguei. Comi a carne de Jesus. Me alimentei espiritualmente. Fiquei radiante. Agora sim posso declaram de fato que sou católico.

Infelizmente o pecado me tenta constantemente. Mas a graça de Deus me faz compreender que o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo me redime de toda a mácula do pecado.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Limites



Pecado é ultrapassar os limites.
Mas, às vezes, pra alcançar nossos objetivos, realizar nossos sonhos, satisfazer nossos desejos, o limite deve ser ultrapassado.

O pecado existe quando a gente prejudica o outro, o meio em que vivemos, a natureza.
Só os que ultrapassam os limites vencem na vida.
Só os que ultrapassam os limites ficam na história.
Só os que ultrapassam os limites são dignos de honra.
O medo, durante a travessia, tenta nos fazer parar, voltar atrás, mas quando ser ver o que está por trás dos limites, nenhum obstáculo é impossível de superar.
E assim se realiza os sonhos: combustível da existência!

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