terça-feira, 21 de abril de 2009

Ele


Ele estava alí. Quieto. Abosorto em seus pensamentos. Um pouco distante algumas pessoas o observava. Achavam estranho um garoto tão bonito e tão solitário. Contrastes da vida. A sua beleza atraiam as pessoas para si, mas ele não sentia-se atraído por nenhuma. Queria ser aceito em sua subjetividade e não por sua exterioridade. Muitas vezes questionou o motivo de sua existência. Por que tinha nascido assim? Não seria mais fácil ser igual a todo mundo? Por que,Deus, o fez desse jeito? Eram tantas questões que invandiam sua psiquê. Eram tantas as perguntas sem respostas.

O sol estava quase se pondo. Por um momento ele interrompeu suas interrogações. Quis contemplar o espetáculo da natureza. Enquanto olhava o horizonte, a natureza, as nuvens douradas, os pássaros voando, sentia a presença do sagrado, esquecia seus problemas. Uma sensação de plenitude invadia sua alma. Estava fora do mundo. Queria eternizar aquele instante.

De repente ouve um movimento. Tem alguém pisando na grama em que ele está sentado. Olha para trás. Vê uma criança. Ela vinha pegar um brinquedo que tinha esquecido. Por um momento ele perdeu a concentração diante do show que estava assistindo. Mas sua atenção se volta para o ocaso. O sol que desaparece é o mesmo que surgirá amanhã, pensa. A noite vem surgindo. Olha o relógio. Levanta-se. Percebe que as pessoas que estavam um pouco atrás já tinham ido embora. Quem dera seus conflitos fossem também...

Vai para sua casa. Até lá não sente muito a vontade. Sua família nunca vai lhe entender, pensa. Passa por seus pais. Eles estão falando sobre alguma coisa que foi comprada durante o dia. Entra no seu quarto. Liga o PC. Encontra no mundo virtual o que mundo real lhe nega. É aceito, tem amigos (a), namora... Por que só na internet encontra aquilo que lhe é negado no dia-a-dia? Certamente muitos do que nela navegam são como ele.

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