sexta-feira, 30 de julho de 2010

Alguma coisa sobre o perdão


A reportagem especial da Veja desta semana é sobre o perdão. Assinada pela jornalista Ana Claudia Fonseca e com reportagem de Júlia Carvalho, O poder do Perdão, é uma leitura agradável e bem documentada. Em oito páginas, a revista diferencia o perdão religioso do perdão laico. Detendo-se, em especial, no último.


Falar em perdão é muito difícil. Na religião cristã, padres, pastores, religiosos (as) em geral, ressaltam o perdão como uma grande virtude. Jesus mesmo disse que devíamos perdoar nossos inimigos setenta vezes sete o número de vezes que for necessário. Na prática, isso não ocorre. Quando alguém nos fere, nos agride, seja em palavras, gestos ou fisicamente, a primeira reação que temos é de revidar. Isso faz parte do instinto natural do ser humano. Quando eu era evangélico, o pastor da Igreja que eu fazia parte, explicava que não era pecado reagir quando formos atacados, ou seja, em legítima defesa. Lá era ressaltado sempre o perdão de Deus a nossos pecados. Mas o perdão que pressupõe o reconhecimento da culpa, um arrependimento sincero e uma disposição para apagar os ressentimentos, pouco ou nada era ressaltado. São essas as três características que a reportagem coloca como o perdão laico, aquele que é próprio da pessoa humana, sem nenhuma interferência religiosa.


O perdão é visto, pela reportagem, como uma via de mão dupla nas faces da vida contemporânea – ente marido e mulher, entre colegas de trabalho, entre nações, entre empresas e consumidores. Mas nem sempre foi assim. Essa idéia de perdão é recente na história ocidental. O filósofo David Konstan assinala que até o Iluminismo, no século XVIII, o perdão só existia com a intermediação divina. Em várias sociedades, por exemplo, os erros humanos eram atribuídos ao capricho dos deuses, como na Grécia antiga.


O sentido moderno de perdão, separado, portanto, da religiosidade, surgiu com Kant. Ele insistia na autonomia moral do homem em relação a Deus, possibilitando um entendimento secular de perdão entre as pessoas, na qual o remorso e a mudança interior do agressor deveria ser julgada pela pessoa ofendida e não mais por Deus, vendo o agressor como merecedor do perdão. O texto continua afirmando que a pessoa que se arrepende de seus erros não faz isso por ser virtuoso, mas porque a natureza humana é capaz de mudar.


Outro filósofo, Charles Griswold, estabelece três passos básicos para obter perdão. Assumir a responsabilidade pelo erro, repudiar claramente o erro, mostrando que não se pretende repeti-lo e, por último, exprimir arrependimento pela dor causada ao próximo.


Um aspecto importante destacado na matéria é o benefício que o perdão traz para a saúde dos envolvidos. Não é necessário fazer uma pesquisa científica para se comprovar isso. Se olharmos ao nosso redor e observamos as pessoas mais infelizes, mais angustiadas, que já não possuem mais a força vital da existência, a história de vida delas está associada a fatos pretérito que lhes causaram mal e a não liberação de perdão. A psicóloga Ana Maria Rossi disse que quem não perdoa não se liberta da raiva e revive o erro o tempo todo, o que acaba se tornando uma poderosa fonte de stress. Um estudo da Universidade Harvard revelou que o risco de sofrer problemas cardíacos é duas vezes mais alto em pessoas que guardam rancor de maneira prolongada.


Não perdoar só prejudica a pessoa ressentida.


A revista Veja chegou a minhas mãos na quarta-feira pela manhã assim que cheguei da faculdade. Relutei em ler. Passei por uma experiência nada agradável nesses dias últimos. Mas nada é por acaso. Na mesma semana que vivi essa experiência a reportagem de capa da revista que assino é sobre perdão. Pensei em ler ontem pela manhã e escrever um texto a respeito depois. Mesmo assim esperei. Ontem à noite, de repente, veio um desejo incontrolável de resolver a situação que estava me deixou ofendido e magoado. Mandei um e-mail. Recebi a resposta. Fiquei em paz, tranqüilo, renovado interiormente. Só depois do programa Direção Espiritual com Padre Fábio de Melo na Canção Nova é que fui ler a revista. Sem medo. Sem ressentimento. Antes de ler a última frase da reportagem eu já havia, há pouco tempo, experimentado a sensação de liberdade que se apodera de quem perdoa e está disposto a começar uma nova história.


Perdoar, antes de ser um gesto de amor ao próximo, é um gesto de amor próprio.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Ele no fim




Ele pensa, pensa, pensa...

Deseja, faz tempo, o momento de poder conversar. De dizer tudo que está sentido. De desabar suas mágoas. Já conversou com um amigo muito dileto. São cúmplices em muitas coisas. Parecidos em muitos aspectos. Um entende o outro. A dor de um não é alheia a dor do outro. Ultimamente, eles se falaram ao celular. Ele deseja coragem, força para poder conversar com sua Outra Parte sobre os caminhos sinuosos do relacionamento.

Faz dias. Semanas até. Ele não ver mais como continuar. Não quer ser tratado como príncipe. Muito menos como plebeu. Quer ser tratado apenas como devem ser tratadas as pessoas que participam de um relacionamento. Deseja, tão somente, reciprocidade de sentimentos, de atitudes.

Chegou a chorar.

Mas o dia chegou. Na semana anterior, ele tinha enviado um e-mail. Queria poder externar toda a sua dor. Mas acabou, devido o afeto forte que nutre pela Outra, fazendo o contrário.

Antes de começarem a teclar pelo MSN, ele estava um bom tempo no Twitter. Jogou um pouco de estado emocional por lá. Disse, inclusive, está em buscar de um novo amor. Somente um novo amor pode fazer esquecer um amor antigo. Ele sabe disso. Teve experiência pessoal.

A conversa começa. A Outra coloca de forma direta a conclusão. Não explica muito os motivos. Então ele entra. Desabafa. Vocifera pela janela do MSN suas mágoas. Está emocionado. Lagrimas vertem de seus olhos. Não desejava esse fim. Admite que vai demorar um bom tempo para esquecer o seu amor. Mas deixa sua Outra Parte livre. Livre para fazer o que ela já vinha fazendo. Só que agora sem o peso de ter um namoro.

Despede-se. Chora mais um pouco. Deita na cama. Enrola-se. Sente uma dor no peito. Pensa, pensa, pensa... Tudo poderia ter sido diferente. Mas ninguém é dono de ninguém. De repente o seu celular toca. Sua agora ex Outra Parte está ligando. Pra quê? Ele não atende. E disse pra si mesmo que não vai atender ligações dela tão cedo. Ouvir a voz de quem um dia fez tantas declarações amorosas, planos para um futuro juntos, ajuda a aumentar as feridas que estão na sua alma.

Mal consegue dormir. Desperta logo cedo. Não está bem. Liga o rádio. Uma música que pede uma chance para amar está tocando. Terá sido um pesadelo? Ele olha pro celular. Ver a ligação não atendida. Era uma hora e trinta e sete minutos. Sente o peso da realidade.

Reza. Toma um banho frio. Como um ritual. Tudo para mostrar que a vida segue em frente. Que novos horizontes podem surgir. E ele está disposto a encarar essa nova realidade que se descortina.

Foram cinco meses de namoro. Pra uns, pouco tempo. Pra outros, um tempo logo. Pra ele, um tempo suficiente para amar e ser amado!

sábado, 24 de julho de 2010

O amor permanece!




Esta semana me perguntaram, pelo Formspring, se eu prefiro não amar, ou se arrepender depois de ter amado. Uma pergunta interessante. Muita gente responde de forma lacônica pelo Forms. Eu cultivei o costume de algumas perguntas responder em forma de um comentário ou de um pequeno texto. Com essa não foi diferente.

Quase não tenho falado mais de amor, seja no Twitter, no Facebook, no Orkut ou nesse blog. A única frase que remete a esse sentimento tão humano e ao mesmo tempo tão divino é um trecho da música Noite e Dia de Jorge e Mateus que está no meu subnick de meu segundo MSN.

Quando o sentimento é forte, intenso e, sobretudo, correspondido na minha vida, costumo expressar por todas as formas possíveis e, em particular, nas redes sociais que faço parte. Quando estou sofrendo também faço a mesma coisa. Quando estou mais ou menos prefiro ficar quieto. É como estou.

Mas a pergunta que me foi feita pelo Formspring me deixou pensativo. Antes, uma amiga tinha me perguntado o que eu escreveria para ela. Como sei que ela anda um pouco apaixonada, escrevi algo sobre o amor. De certa forma escrevi pra mim também ao respondê-la. Eis a resposta:

[...] antes de amar qualquer pessoa, ame a si mesma!

Pense que o amor a outra pessoa, geralmente, é passageiro. Não existe amor eterno. O amor é eterno enquanto dura. Na vida muitas pessoas passam e mechem com nosso coração. Algumas com impacto mais forte, outras menos...

De todo jeito você vai amar muitos caras ainda. Ame cada um como se fosse a última vez. Depois que acabar não se arrependa, pense nos momentos bons que você viveu junto dele. Pense na troca de carinhos, nos beijos, no sms apaixonados, nos tweets que trocaram, nos depoimentos do Orkut...

Mas nunca se esqueça: o amor nunca morre! Muda de endereço, mas permanece para sempre...

Ela gostou do que escrevi (risos).

A resposta que eu dei quando me perguntaram se eu prefiro não amar ou depois me arrepender de ter amado foi à seguinte:

Eu prefiro me arrepender depois de ter amado. Mesmo que o amor não dure para sempre, os momentos bons, os beijos, os abraços, as carícias trocadas... Tudo isso foi bom e ficará pra sempre guardado. Foi um momento que fui feliz. Um instante mágico. Sabe aquele sorriso... Hum... As pegadas... Claro que eu preferia que fosse eterno, mas foi eterno enquanto durou... Como bom chicleteiro eu canto "não vou chorar, nem vou me arrepender, foi eterno enquanto durou, foi sincero nosso amor, mas chegou ao fim".

Eu jamais iria cantar como Adriana Calcanhoto "Rasgue as minhas cartas e não me procure mais, assim será melhor meu bem! O retrato que eu te dei se ainda tens Não sei! Mas se tiver devolva-me!”

Pra tu ter idéia, eu tenho e-mails guardados desde dezembro de 2006... e-mails amorosos. RS

As duas respostas são parecidas. Confesso, contudo, que a última resposta fugiu um pouco da pergunta. Mas é assim que vejo o amor, que vejo um relacionamento. Não adianta, depois que acabou um namoro, a gente ficar se maldizendo, falando mal da outra pessoa. Tudo que as duas pessoas viveram juntos foi bom, foi gostoso, foi mágico e não deve ser esquecido.

Algumas pessoas, sempre após a ruptura de relacionamento, costumam falar que não acreditam mais no amor. Eu tenho um amigo que já me disse várias vezes isso. Muita gente coloca a culpa de seus erros, dos desacertos do relacionamento no amor. Não é assim. O amor não tem culpa de nada. Houve amor enquanto durou o namoro, o noivado e/ou casamento. Ou aqueles momentos de cumplicidade, de desejo intenso, de sorrisos trocados, de conversas intermináveis... não foram bons?

Eu acredito no amor. Esse é um sentimento eterno. Talvez um relacionamento não dure o tempo que foi planejado, sonhado, desejado durante o momento em que o sentimento entre as duas pessoas era forte. Mas existiu. E continuará a existir. Outras pessoas estarão dispostas a amar. Outras pessoas aparecerão na vida da gente e o amor vai ser intenso novamente. Claro que não vai ser igual ao o anterior. Cada amor é único. Não existe um amor igual ao outro, porque o amor faz parte das pessoas e não existe uma pessoa igual à outra.

O amor permanece. O amor dura para sempre, só muda de endereço.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Voto em Ricardo Coutinho

A campanha eleitoral começou. Ainda está tímida. Poucas ações dos principais candidatos ao governo da Paraíba foram feitas até hoje. Aguardei muito esse período começar. Tenho certeza que, dependendo do resultado das eleições, o meu querido estado pode dá um salto em desenvolvimento ou continuar no marasmo que se encontra.

Voto em Ricardo Coutinho. Todo mundo sabe disso. Quem faz parte do meu Orkut, Twitter ou Facebook já viu minhas demonstrações favoráveis ao candidato do Girassol.

A Paraíba está estagnada. O atual governador governa com práticas antigas. Ele recebeu muitas adesões. Em compensação os adesistas ganharam diretamente ou indiretamente cargos na atual gestão. Milhares de cabos eleitorais, eleitores, parentes de políticos foram nomeados. Fico me perguntando como vai ficar a situação dessas pessoas após o término do pleito eleitoral. Eu acho muito difícil a governabilidade da Paraíba com a folha de pagamento abarrotada.

Ricardo Coutinho tem as melhores propostas. É sério. É comprometido com a ética e a seriedade na administração pública. Deu provas disso durante as duas gestões que esteve à frente da Prefeitura de João Pessoa. Muito criticado porque não é de distribuir dinheiro a seus seguidores. Prefere como diz o ditado, ensinar a pescar a distribuir o peixe. Criou o Empreender JP que comprova isso. Construiu várias salas de aula, praças, hospitais. Capacitou os servidores. Implantou o Orçamento Participativo, tornando a gestão municipal democrática.

Ricardo tem projetos para a Paraíba. Quer governar pensando no futuro, nas próximas gerações. Acredito que uma Paraíba mais justa, mais solidária, mais democrática, mais desenvolvida é possível a partir do projeto de Ricardo Coutinho. Por isso voto 40!

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Linda

Nossa, como eu gosto de você!

Lembro-me do dia que eu te vi. Eu estava sozinho naquela reunião. De repente vejo você chegando com aquela sua amiga. Que meninas lindas, penso! Sobretudo você, claro.

De repente, imagino o que fazer para falar com você. Já sei. O seu padre é amigo meu. Então, pra poder falar com você, pergunto como anda seu sacerdote, hehe.

Que sorriso lindo é o teu! Um sorriso inocente. Encantador. Fascinante.

Uma semana depois, te vejo em Campina Grande. Fico sem saber como chegar até você. Mas termino chegando, hehe.

Ah eu quero tirar uma foto contigo, posso? Claro! Você nem sabe que eu mostrei a foto na minha câmera a muitas pessoas. Eu falava, olha como a gente forma um casal bonito, hehe. E todo mundo concordou, viu?

Viva a internet! Não sei o que seria de mim sem a Net, sem o Orkut, sem o MSN. A gente começa a conversar por esses meios virtuais. Pouco a pouco vou sentindo algo por você. Será a paixão?

Mas descubro que você tem namorado. Fico meio triste. Mas o que quero é que você seja feliz. Sempre pergunto como anda seu namoro. Reparo que quase todas às vezes você me responde sem muito ânimo. Mesmo assim, meu desejo é que você esteja bem.

Depois conheço outra pessoa. Começo a gostar dela. Mas não sou, no começo, correspondido. Só depois de muito tempo, consigo fisgá-la, hehe.

Você termina seu namoro. Agora. Logo agora... Poderia ter terminado antes... Quem sabe eu e você...

Começo a namorar. Mas também penso em você. Quando a gente se encontra, quando a gente se fala, tenho uma vontade imensa de te beijar, de ter acariciar, de te falar, “estou aqui, não tenha medo”...

Mas não quero te enganar; nem quero enganar a minha Outra Parte. Mas eu te amo! Te amo de um jeito especial. Te amo e quero que você encontre um namorado pra te fazer feliz, pra te fazer carinho, pra te dá o abraço que de vez em quando você me pede pelo MSN e eu pela distância que nos separa fico impossibilitado de dar.

Temos um amigo comum que sabe disso. Ele sabe que já conversei com você sobre ficar. Ele sabe que tenho vontade ficar contigo. Sabe também que só não fiquei porque eu te gosto tanto que não quero te machucar, por isso, ainda, não busquei um beijo teu nos meus lábios...

Sabe, todas as vezes que escuto “Cuida de Mim” com Tomate, eu me lembro de ti. Parece que estou te vendo, parece que estou contigo na praia, a gente dançando ao som dessa música, a gente olhando o mar, a gente se beijando...

Ainda bem que você não ler meu blog!

Seja feliz!

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