quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Passarai


 O gostoso da vida, o que a torna mais excitante, o que faz com que as pessoas, não obstante as dificuldades, os desafios cotidianos, as tragédias intermitentes, continuar lutando para viver bem e melhor, é que tudo passa.

Confesso que a efemeridade da existência me causa, em algumas instantes, uma raiva enorme. Todo mundo já viveu momentos que queria eternizar, seja o dia do casamento, do nascimento do filho, da aprovação no vestibular ou naquele concurso tão desejado, uma promoção na vida profissional, o momento junto com a pessoa amada, aquele fim de semana inesquecível... Enfim, todos esses instantes, quando chega ao fim, a gente fica triste porque queria que durasse mais.

Mas todo mundo também já viveu um momento trágico na existência. Nessas ocasiões o desejo que o tempo acelere impera dentro de cada pessoa. Um minuto, uma hora, um dia assim se torna uma eternidade para quem enfrenta uma barra pesada, para quem sofre a dor da perda, da derrota e, para aquela que considero a pior de todas as dores, a dor da rejeição. Então, tudo parece ficar sem sentido, a lembrança das alegrias, dos instantes felizes, de repente somem da memória.

Já passei pelas duas situações acima descritas. Já tive momentos que eu queria eternizar, que queria que o tempo parasse. Também já tive momentos que quis que o tempo corresse logo, que os minutos se transformassem em horas e as horas em dias para que a dor cessasse.

Em determinado momento, durante esse ano, de enfretamento direto com meu maior medo, minha maior dor, uma amiga dileta citou uma frase comumente usada por um amigo seu. “Sabe o que tem de ruins nos momentos bons? É que eles passam. E sabe o que tem bom nos momentos ruins? É que eles também passam.”

O bom da vida é isso. Tudo passa...

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