Dizer que a educação é o caminho para qualquer país se desenvolver com qualidade virou lugar comum. Políticos, empresários, professores, estudantes, organizações da sociedade civil, enfim, todas as pessoas e entidades que direta ou indiretamente estão envolvidas com a educação falam a todo tempo sobre isso.
O exemplo da Coréia do Sul é sempre citado para fundamentar o discurso da educação enquanto meio para o crescimento de uma nação. Em 1958, Coréia do Sul e Gana tinham o mesmo Produto Interno Bruto (PIB) per capita. Na década de 60, o país era um dos mais pobres do mundo, destroçado por uma guerra que destruiu 25% da riqueza nacional e matou 5% da população civil. Hoje, o país tem um PIB per capita quase três vezes superior ao brasileiro. Como a Coréia do Sul conseguiu isso? Investindo pesado em educação.
O Ensino Fundamental no Brasil foi praticamente universalizado. O desafio agora é fazer o mesmo com o Ensino Médio. Mesmo assim, o analfabetismo no Brasil continua grande. Muitos programas já foram lançados por vários governos. Muito dinheiro público investido. Contudo, pouca coisa mudou. Conheço pessoas que já passaram por vários programas de alfabetização e ainda assim não conseguem ler ou escrever.
O Ensino Superior foi bastante expandido nos últimos anos. Mesmo assim continuamos atrasados. Apenas 11% dos jovens entre 18 e 24 anos têm acesso ao ensino superior no Brasil. Na América Latina e Caribe, o índice é em torno de 32%. Já a Coréia se aproxima da universalização do ensino superior, com mais de 80% dos jovens matriculados em algum curso pós-secundário.
A luta agora é para que 10% do PIB sejam destinados para a educação. Nada mais justo. Mas tenho receio de o quanto desses recursos não será desviado por gestores nada comprometidos com a coisa pública e em especial com a educação. A corrupção é uma praga que assola o país de norte a sul, de leste a oeste, envolvendo pessoas de todos os partidos, seja de direita, centro ou esquerda.
O senador Cristovão Buarque (PDT – DF) apresentou um projeto que obriga os filhos dos políticos ocupantes de cargos eletivos a estudarem em escolas públicas. Óbvio que essa proposta nunca será aprovada. Mas, penso que a sociedade deveria se mobilizar para a sua aprovação. Só assim a educação iria mudar. E penso que os políticos deveriam ser obrigados também a usar os hospitais públicos e sentir na pele o que milhões de brasileiros sentem todos os dias com a falta de atendimento médico adequado.
O Brasil só terá uma educação pública de qualidade, da mesma forma que existe em vários países do mundo, quando o neto de um ano da presidenta Dilma Rousseff, chegar à idade escolar, e for estudar numa escola pública do mesmo jeito que o filho de um trabalhador assalariado. Quando isso acontecer o Brasil terá avançado e se desenvolvido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário