segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
Sexta economia. E daí?
No fim do ano passado, muitos brasileiros festejaram o nosso país ter sido elevado, segundo o jornal britânico The Guardian, a sexta maior economia do mundo, superando o Reino Unido. Não vou negar a minha alegria, mas fui bem modesto com minha excitação e comecei a pensar sobre o nosso crescimento econômico. Infelizmente, a realidade social brasileira está muito aquém de sua posição econômica. Coloquei no Facebook um comentário a esse respeito. Um amigo virtual, que mora há anos na Inglaterra, disse “grande coisa”.
Os indicadores sociais brasileiros são uma vergonha. Quando se comparam os números brasileiros relacionados à saúde, educação e inovação com os de outras nações, o país continua na rabeira, perdendo para vizinhos, como Chile e Argentina, ou nações do leste europeu, como Estônia e Eslováquia. Meu amigo virtual disse mais ainda: “a Inglaterra perdeu a posição pro Brasil, mas aqui não existem mendigos nas ruas, escolas de má qualidade, os hospitais públicos fazem inveja a qualquer hospital privado do Brasil”.
Não se podem negar os avanços ocorridos nos últimos anos no país. Mas muita coisa precisa ser feita. Temos muito que avançar. O Brasil possui um sistema público de saúde único, uma vez que nenhum país, com mais de 100 milhões de habitantes, possui algo parecido. Mas o SUS precisa melhorar. Muitas pessoas passam meses pra conseguir uma cirurgia. Os hospitais sempre super lotados. Cidadãos morrem nas filas, esperando atendimento médico.
Na área da educação, muitos países do mundo erradicaram o analfabetismo há muitos e muitos anos. Nós ainda temos milhões de pessoas que não sabem ler e nem escrever o próprio nome! Outros milhões lêem um texto simples, mas não compreendem nada. Precisamos investir pesado na educação básica, começando do ensino infantil, muitas vezes deixado sem a devida atenção. Que nossos adolescentes e jovens cheguem ao ensino médio, depois de ter passado por um ensino fundamental bem feito, preparados para os desafios da nova fase escolar. Infelizmente, o que se observa é que o ensino médio em quase nada se diferencia do fundamental.
Como o espaço é pequeno, vou ficar apenas nesses dois aspectos da realidade brasileira, a saúde e a educação, em outra oportunidade vamos abordar a violência, a corrupção e a miséria ainda bastante presente no Brasil. É fundamental, portanto, que o crescimento econômico seja acompanhado de crescimento do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). De que adianta ser a sexta economia do mundo, passando vários países europeus, se temos índices de desenvolvimento humano comparáveis a países africanos? Quando os índices sociais estiverem no mesmo patamar que os econômicos, aí sim teremos motivos fortes pra comemorar.
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