terça-feira, 24 de agosto de 2010

Voltar ao passado



De Volta para o Futuro era uma série animada que eu adorava quando criança. A possibilidade de voltar ao passado me encantava ao mesmo tempo em que me assustava. Cada viagem que Marty McFly e o Doutor Brown e companhia faziam enchia meus olhos e minha mente infantil de fantasias e possibilidades de que essa faculdade me fosse possível um dia.


Recentemente ao ler Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban vejo uma cena em que a possibilidade de voltar ao passado não é só real como é possível também interferir em algo para conseguir um objetivo. E dar certo o plano de Harry e Hermione para conseguir com que Sírius fuja de Hogwarts antes de ser, injustamente, condenado.

 
Eu queria voltar ao passado! Na minha última postagem, minha dileta amiga Greice disse, ao comentá-la, que "O passado é um fio, você puxa e ele vem à tona...". Concordo! Uma música, um aroma, uma paisagem é capaz de me fazer retornar, através da memória, há um tempo consumado. Isso acontece amiúde comigo. Existe um tipo de sabonete que toda vez que uso é impossível impedir lembranças bastante vivas, mesmo que de anos atrás, retornar a minha mente.

Mas não é esse tipo de retorno ao tempo consumado que desejo. Queria voltar do mesmo modo que Marty McFly e Doutor Brown em De Volta para o Futuro. Melhor ainda. Queria voltar como voltou Harry e Hermione que fizeram à experiência para interferir no tempo pretérito, conscientes, bem planejada e que no final deu certo.

 
É um tanto quanto uma heresia de minha parte desejar isso. Como cristão isso contraria meus princípios. São Paulo uma vez disse que se alguém está em Cristo, nova criatura é, as coisas antigas passaram, eis que tudo se fez novo. Mas não posso esconder o anseio que sinto quando penso a propósito.

 
Mas o passado não existe. O futuro também não existe. Só o presente é real, é concreto, é possível de mudar, de interferir, de aprumar o que está torto. E é nesse tempo que devo redimir minhas culpas de ontem e construir meu mundo de amanhã. Mesmo que persista a angústia de erros anteriores, tenho que me esforçar para não repeti-los hoje e fazer alguma coisa para sarar as feridas que fiz. Só o hoje existe. Só ele me pertence. Apesar de saber disso eu desejaria, ainda que uma única vez na vida, voltar uns segundos e não tomar uma atitude que hoje, depois de dois anos e alguns meses, me deixa com remorso e profundamente arrependido.

2 comentários:

  1. Pra mim o passado é como a luz reversa. A luz percorre um caminho e encontra um ponto de incidência ou percorre até atingir o seu máximo. Esse mesmo raio de luz retilíneo pode atingir um corpo espelho plano e refletir sobre o seu próprio rastro,ou seja eu poderei atingir o passado por outra fonte,não pela luminosa,de onde nasceu a luz, mas por outra fonte que fora refletida,que chegou ao ponto de incidência,este mesmo ponto pode ser o ponto de onde o viajante parte.

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  2. Esse é um assunto que me intriga demais Joel, se você puder expor mais das suas idéias em qualquer post, eu terei o prazer de ler...

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