quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

A cigana leu o meu destino


A cigana leu o meu destino
Eu sonhei!
Bola de cristal
Jogo de búzios, cartomante
E eu sempre perguntei
O que será o amanhã?
Como vai ser o meu destino?
Já desfolhei o mal-me-quer
Primeiro amor de um menino...


A primeira vez que ouvi O Amanhã foi em setembro de 2009, durante o lançamento da candidatura à reeleição para presidente do PT paraibano do deputado Luiz Couto. Como todo mundo que mora por aqui sabe, à época, toda a máquina do governo estadual, tendo a frente o finado governador José Maranhão (falo finado em temos de idéias políticas e administrativas), em benefício do então deputado estadual Rodrigo Soares, levando a derrota do Padre Luiz Couto no PED do PT.

Naquele tempo uma grande parte dos petistas e dos simpatizantes torcia muito para que o partido fizesse parte da aliança com o então prefeito de João Pessoa, Ricardo Coutinho, nas eleições de 2010, tendo Couto como candidato a senador. Todo mundo sabe os rumos que o PT tomou e o resultado disso tudo. Graças ao bom senso e o desejo de mudança do povo paraibano, os resultados das eleições do ano passado foram favoráveis a todos nós.

Mas voltando a música. Um dos atos da candidatura do padre deputado foi à plantação de uma árvore numa Praça em João Pessoa. Esqueci o nome da praça (risos). Em seguida, após Couto conceder entrevista para vários sites, rádios e emissoras de TV, seguimos para o local do lançamento da candidatura. Era o auditório de um colégio confessional que também não lembro o nome. Enquanto caminhávamos, um assessor puxou um violão e começou a cantar algumas músicas. Uma delas foi Pra não dizer que não falei das flores de Geraldo Vandré, uma música símbolo da luta política da esquerda brasileira. Outra foi O Amanhã. Eu nunca tinha escutado essa música. Gostei bastante da letra, do ritmo, comecei a cantar o refrão juntamente com uma multidão. Pesquisei algumas vezes um trecho que eu julgava ser da canção, mas sempre aparecia outra letra no Google. Dias atrás, acho que foi no Facebook, alguém colocou o vídeo da música. Imediatamente fui conferir. Era ela mesma. Baixei pelo 4shared e já escutei amiúde.

A letra é bem interessante. Todas as pessoas são curiosas em relação ao futuro, ao amanhã.  Desde os tempos mais remotos, homens e mulheres que dizem adivinhar o futuro foram e são consultados por muita gente ansiosa para saber o que pode acontecer na colheita, com os filhos, com o marido, com a mulher, como anda a saúde, se vai conseguir aquele emprego, se aquele amor poderá a vir a ser correspondido e etc.

No ano passado eu fui duas vezes a uma cigana. Antes um professor da UEPB em Guarabira já tinha lido minha mão e previsto algumas coisas sobre o meu futuro. Fiquei bastante animado com o que falou a cigana, na minha primeira consulta, sobre meu futuro profissional e amoroso. Não gostei de algo trágico que ela vaticinou. Dias mais tarde, um sinistro aconteceu. Lembrei imediatamente de suas palavras. Minha segunda consulta foi em meados de dezembro. A primeira vez ela interpretou as cartas de um baralho que eu mesmo tracei. Dessa vez foram as cartas de um tarô. Estive mais empolgado na primeira vez. Contudo anotei algumas coisas e achei surpreendente que a primeira carta completava a última. Na verdade foi tudo uma seqüência. Fiquei boquiaberto. E empolgado também com algumas coisas ditas pela ilustre senhora.

Entretanto, o futuro é sempre imprevisível. Sobretudo quando se refere ao nosso futuro juntamente com o futuro de outras pessoas. As pessoas são muito instáveis. Algumas coisas que eu desejei no ano passado, quando fui me consultar com a cigana, já não existem mais. Algumas realidades desmancharam-se no ar. Não pretendo voltar mais a essa cigana e nem a mais nenhuma pessoa que descortine o futuro para mim. Vou deixar as coisas rolarem de acordo com o que tenho feito no presente. Acredito que o meu futuro depende das minhas escolhas no presente. Como o destino de todo mundo. Por isso, vou continuar a cantar como Simone Como será amanhã? Responda quem puder. O que irá me acontecer? O meu destino será como Deus quiser. Como será?...


sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Amor com cerveja


Todos os anos, no começo ou no fim, ou seja, nos primeiros dias de janeiro ou nos últimos de dezembro, eu juntamente com um colega vou ao sítio de um amigo comum que conhecemos no ensino médio. É sempre nos domingos. Dia sagrado pra nós. Lá conversamos sobre nossas vidas, brincamos, almoçamos e bebemos.

Dessa vez fomos no último dia 16. De bicicleta. Nossa! Fazia tempo que eu não me cansava tanto. Certamente porque tenho pedalado pouco. Mas chegamos cedo. Sentamos debaixo de uma mangueira, correndo o risco de uma manga, a qualquer instante, cair sobre nós, uma vez que o pé estava carregado de frutos.

Começamos a conversar. Eu e esses dois amigos. Primeiro falamos sobre política. Eu adoro conversar a esse respeito. Fábio disse que não está muito satisfeito com o governo estadual, porque Ricardo Coutinho está sendo muito duro, muito rígido nesses primeiros dias. Eu entrei na defesa. Falei que o estado está quebrado e somente com medidas fortes a Paraíba sairá da merda que se encontra. Léo ora concordava, ora discordava, já que ele tinha votado em Maranhão. Continuei debatendo com Fábio eu disse com toda certeza que no ano vindouro, quando voltarmos lá, a Paraíba já estará melhor.

Mudamos pra política nacional. Fábio é muito religioso, muito católico, eu também sou, mas não tão tapado quanto ele. Descobri que Léo agora é ateu. Achei o máximo. Ele falou com tanta ênfase a respeito da não crença em Deus que me surpreendeu. Foi aí que Fábio disse que não vai com a cara de Dilma, que  já não gostava e agora, depois que ela tirou o crucifixo com Nosso Senhor Jesus Cristo da parede, do seu gabinete  tem raiva mais ainda. Nesse ponto, Léo entrou. Defendeu Dilma, disse que foi uma decisão correta, que o Estado é laico e outras coisas. Eu também entrei da defesa da presidente. Falei que votei em Dilma porque achava e acho-a preparada, competente, com uma história linda de luta pela democracia brasileira e porque vai fazer um bom governo.

A conversa adentra pela questão do aborto, do casamento gay e pela legalização das drogas. Eu e Léo  somos totalmente favoráveis a essas causas e Fábio contra. Seus argumentos são sempre religiosos. Porque na bíblia diz isso e não aquilo, porque homem casar com homem e mulher casar com mulher é pecado, porque o aborto é o assassinato de uma vida indefesa, porque as drogas destroem as pessoas etc, etc, etc. A cada argumento dele nós refutávamos.

Finalmente a conversa entra para o assunto que mais gosto de conversar, de ler, de debater, de escrever. O amor. Os sentimentos. Os relacionamentos. Eu e Léo estamos solteiros. Fábio parece que para se diferenciar em tudo de nós dois, está namorando. Mas um namoro esquisito. Ele namora uma garota adolescente. Mas gosta de outra. O resto do dia a conversa girou sobre o namoro dele. Eu afirmava que o namoro dele não vai durar muito tempo. Ele dizia que quer casar com ela e tal. No fim falou dessa outra menina. Que tinha ficado com ela na festa de emancipação política da cidade e mais outros dias, que tinha gostado dela, que é uma menina de “futuro” (leiam-se posses, rs).

Depois do almoço fomos pra um bar próximo ao sítio. Começamos a beber cervejas. Bem geladinhas. Do jeito que o diabo gosta. Como estava fazendo muito calor, cada gole nos deixavam, em especial a mim já que fui o que mais bebi, extasiados. Peço um cigarro. A única marca que tinha lá era a pior de todas, mesmo  assim comecei a fumar. Conhecemos um vigia que nos falou do trabalho dele, das dificuldades, de bebidas. Depois que ele saiu, voltamos ao namoro de Fábio. Como no bar não tinha nenhum som ligado, eu coloco as músicas de Garota Safada que estão no meu celular. Ele conta que está apaixonado, mas de vez em quando fala da outra garota. Ele só não está namorando ela porque são de religiões diferentes. Ela evangélica, com opinião formada a respeito da Igreja Católica, ele católico fervoroso.

Enquanto conversávamos os litros de cervejas estavam secando e outros vinham encher nossos copos. Como é bom falar sobre o amor tomando cerveja. Pense! Eu e Léo tentamos convencer ele a relegar a religião e namorar mesmo assim, já que observamos que essa menina tem mais futuro que a adolescente que ele namora. Mas a desgraça é que ela quer que ele deixe a religião dele e se converta à dela. E do mesmo jeito ele. Não quer deixar de ser católico e não quer que ela fique na Igreja Evangélica.

Peço outro cigarro. Saio pra fumar. Fico vendo a paisagem um tanto seca da região e pensando nos meus sentimentos, nos meus amores passados, mas que de vez em quando voltam para atormentar meu coração. Volto pro bar. Continuamos a beber, contudo já estava ficando tarde e tínhamos que voltar pra cidade.  Pagamos a conta. Despedimos-nos de Léo e da família dele. Seguimos, eu e Fábio pra cidade. Durante o percurso a mesma conversa. Namora com uma, mas é a outra que meche com ele.

Quando chego à cidade ligo pra um amigo perguntando se um companheiro de Guarabira já tinha chegado, porque tínhamos acertado de ir pra um barzinho naquele fim de tarde. Mas ele não veio. Esse meu amigo me chama pra tomar uma cervejinha na casa de uma colega dele. Como eu já estava meio, digamos, leve com as cervejas que tinha bebido, decidi ir. Chegando lá começamos a conversar, a beber, a falar de nossas vidas.

De repente uma colega que estava conosco pede pra ouvir José Augusto. Não existe coisa melhor e pior do que beber escutando músicas que falam de amor, de sentimentos, de paixões. As músicas continuavam enquanto bebíamos. De repente quando começa a tocar Sonho por Sonho parece que algumas coisas que estavam reprimidas dentro de nós explodem e começamos a chamar uns palavrões. Nunca imaginei que você quisesse de mim uma noite só de prazer uma transa apenas...Nada a ver, certo? Mas os impropérios eram dirigidos a nossos corações, a nossos afetos feridos. Eu, assim que as outras pessoas saíram do local, desabafei, joguei pra fora um monte de palavras não ditas, portanto, malditas, que eu queria falar, vociferar, esbravejar pra todo mundo. Quem ouviu foi meu amigo que fez o convite. Tudo que você me falou entrou no meu coração, loucura cheia de sedução, mudou a minha vida...

A música ia tocando. Eu estava com uma vontade imensa de chorar, mas me contive. Não dá prá esquecer a emoção que eu senti por você por tudo que não pode ser eu te quero...Eu não tenho tempo a perder com a solidão na hora em que você me quiser eu vou!... Expus algumas coisas de minha vida a meu amigo. Pediram pra repetir a música. Acho que tocou umas três vezes. Entre desabafos, choro interior, cervejas eu cantava também atropelando a letra. Beijo por beijo, sonho por sonho, carinho por amor, paixão por paixão... Depois, me despedi. Saí de lá mais leve. Com os demônios exorcizados. O dia anterior, como escrevi antes, foi um sábado anormal.

Enfim, não existe nada melhor do que amar, falar de amor, chorar por amor, desabafar do amor, do que acompanhado de um copo de cerveja.



sábado, 15 de janeiro de 2011

Sábado anormal



Fim de tarde de sábado. Já passou das 18h00minh, ainda assim existe uma claridade na cidade hoje. A noite resiste em chegar. Ou será o dia que resiste em ir embora? Hoje resisti a ir pro show de Ana Carolina em João Pessoa. Foi difícil. Mas resisti. Talvez um dia posto aqui os motivos que me fizeram tomar essa atitude contrária a minha vontade, aos meus desejos, até aos meus sonhos.

Nunca dormi tanto como hoje. Acordei tarde. Quase na hora de almoço. Fui ler depois da refeição. Voltei a dormir. Despertei há pouco tempo. Andei refletindo sobre essa sonolência. Parece que inconscientemente o meu corpo recebe comandos para ficar deitado, esquecido do mundo, esquecido de tudo, vivendo apenas as realidades nunca reais, realizando os desejos reprimidos pelo superego, querendo estender essa experiência até a próxima segunda-feira à tarde. Até lá algumas coisas estarão resolvidas, algumas dores superadas, algumas feridas cicatrizadas.

Mas de que adianta fugir da concretude das coisas da vida? Apesar de entender que a vida é ambígua, ambivalente, paradoxal e que isso a torna mais excitante, eu não consigo aceitar alguns dados, alguns resultados consumados que contrariam meus sentimentos, minhas emoções. Mas fugir adianta? Não! A lógica responde imediatamente não. A razão diz não. Contudo, Pascal disse que o coração tem suas razões, que a própria razão desconhece. Isso responde tudo!

A noite agora domina soberana sobre a cidade. Não vislumbro estrelas ainda. Talvez elas apareçam mais tarde. Entretanto, um consolo me restou. Hoje não é noite de lua cheia. Menos mal. Seria duro demais sair de casa hoje sob a lua cheia. 

PS: A internet daqui é muito lenta. Faz tempo que tento postar esse texto. Contudo nada é por acaso. Acabo de receber, nesse instante, as 18:59, um sms de um amigo que conhece os motivos de eu ter ficado hoje em Alagoinha. Ele me mandou uma frase que diz ser clichê, mas que nunca eu tinha escutado ou lido. "Não corra atrás da borboletas. Relaxe q elas vem até vc." Gostei (risos).

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Diante do horizonte






Sentei-me diante do horizonte. A grama estava um pouco úmida. Mas o contato com a natureza me fortalece, me faz bem. O sol estava ameno. Fiquei analisando as mangueiras cheias de frutos, o canto dos pássaros, mais adiante observo um tatu indo pra uma moita. A natureza tão calma, tão bela, tão sagrada. 

Miro o horizonte. Quando eu era pequeno eu pensava ser possível tocar nas nuvens se eu fosse lá naquelas serras distantes. Eu imaginava que as nuvens tocavam no chão. Eu queria tocar nas nuvens. Eu queria ir pro céu. Eu queria saber como era dentro das nuvens, se a gente podia andar por cima delas, se existia algum lugar onde a água da chuva ficava guardada. Era um desejo infantil.

Minha visão está no horizonte. Penso nas coisas da minha infância. Penso nas coisas da minha vida adulta. Preocupações profissionais, familiares, afetivas tomam a minha mente enquanto miro lá adiante. Faço uma reflexão de meus últimos dias, meses, anos. Tanta coisa mudou em mim, na minha cidade, no meu estado, no meu país e no mundo. 

O horizonte sempre me deu uma sensação de esperança. Lá além do horizonte deve ter um lugar bonito pra viver em paz. Minha vida está aquém do que eu quero, do planejei quando criança, quando adolescente. Uma sensação de falta, de ausência, de vazio. Alguém disse que o homem tem um vazio do tamanho de Deus. Será que é esse vazio que experimento? Acredito que não. Cheguei a ventilar essa hipótese. Mas cheguei à conclusão de que investir no preenchimento desse pretenso vazio divino era fugir dos problemas concretos que enfrento.

O horizonte está lá. Seria boa uma casa aqui em cima. A cidade lá em baixo. Todas as manhãs acordar vendo o sol nascer, vendo a esperança renascer no horizonte. São pensamentos vários e plurais que enxameiam a minha cabeça. Migrar. Ando pensado em fazer um êxodo. Ir pro sudeste. Soube de uma oportunidade para 2012. Fiquei tentado a aceitar. O Rio de Janeiro nunca foi meu sonho. Mas sonhos são dinâmicos. Mudam sempre como muda o curso da vida.

Tento fazer um desenho na tela imaginária que tracei no horizonte. Uma flor. Uma casinha. Uns pássaros. Eu sempre desenhei essas coisas em meus cadernos. Agora desenho no horizonte.

Preciso deixar minha contemplação do horizonte. Não posso ficar muito tempo aqui. O sol começa a dá sinais do seu ocaso. Daqui a pouco a noite chega. Foi bom ter feito um mergulho diante do horizonte. Não posso escrever tudo que pensei, repensei e refletir nesse momento.

Abro os braços diante do horizonte. Agradeço a Deus, a vida, ao universo por ser quem sou, mesmo que não totalmente satisfeito com as minhas identidades. Vou partir. Vou ali. Deixo o horizonte, mas ele não deixa a minha mente. Um dia vou além dele.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Sumir

 
 
que vontade de sumir...
de ir pra um novo horizonte...
 de esquecer as lágrimas aqui derramadas...
de sepultar os amores pretéritos...
de beber outras bebidas...
de saborear outros sabores...
de passear por outras praças, ruas, alamedas...
de tomar banho em outros mares....
de buscar outras respostas para minhas inquietações...
de ressuscitar um novo Joel...
só não quero conhecer novos amigos; quero levar os daqui comigo!

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Coração Pirata



O meu coração pirata toma tudo pela frente, mas a alma adivinha o preço que cobram da gente e fica sozinha...

Ontem não fui à missa. Eu tinha chegado de Araçagi no início da tarde. Estava cansado. Fiquei um tempo na net, em seguida fui dormir. Acordei na hora da celebração eucarística. Aproveitei e liguei o rádio na Constelação FM de Guarabira e fiquei ouvindo a missa da Catedral de Nossa Senhora da Luz.

Levo a vida como eu quero, estou sempre com a razão, eu jamais me desespero, sou dono do meu coração

Meu cunhado fez umas pizzas para o jantar. Por sinal estavam muito saborosas. Ligo para um amigo. Marcamos de nos encontrar na praça central. Começamos a conversar sobre nossas vidas, sobre nossas experiências, sobre nossas paqueras, sobre nossos sentimentos...

Ah! O espelho me disse você não mudou...

De repente, começamos a perceber diferenças sutis entre nós. Diferenças que se acentuaram em minha vida desde novembro do ano passado. Parece que minha preferência de ser uma metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo está, mais uma vez, se concretizando em minha existência.

Sou amante do sucesso nele eu mando, nunca peço, eu compro o que a infância sonhou.
Se errar, eu não confesso, eu sei bem quem eu sou e nunca me dou!

Falamos de amor. De amores. Passados. Presentes. E possibilidade de futuros relacionamentos. Eu sempre levo a pior nessas coisas. Sempre me envolvo afetivamente com quem não deveria, com que não corresponde ao sentimento que nutro.

Quando a paixão não dá certo não há porque me culpar eu não me permito chorar
já não vai adiantar e recomeço do zero sem reclamar

Conversamos sobre 2010. Como eu já disse aqui, a ano findo na última sexta-feira foi maravilhoso para mim. Em todos os sentidos. Meu amigo é do tipo que pode se envolver com a pessoa mais bonita, mais gostosa, mais tudo que se pode imaginar, contudo não se envolve com nada além de sexo. Eu não! Sexo não me satisfaz. Quero ir além. Quero vivenciar aquilo que só as pessoas apaixonadas vivenciam.

Quando a paixão não dá certo não há porque me culpar eu não me permito chorar
já não vai adiantar e recomeço do nada sem reclamar

Ele falou que eu era estranho (risos). Não entendia o porquê de meu desejo de amar e de amar até quem não me corresponde (mais risos). Eu disse que era assim e pronto. Já tentei mudar, mas até então sem sucesso. Entretanto, desde o fim do ano passado, comecei a viver a vida de outro modo.

As pessoas se convencem de que a sorte me ajudou. Plantei cada semente
que o meu coração desejou, Ah! O espelho me disse você não mudou...

A vida é feita de mudanças. Todo mundo sabe que esse lugar-comum é verdadeiro. Pois então, tenho tornado ele mais verdadeiro do que nunca em minha vida. Não sei até que ponto irei chegar. Mas estou gostando de tudo isso. Conversa vai, conversa vem, lembro de Coração Pirata de Roupa Nova.

Faço porque quero, estou sempre com a razão, eu jamais me desespero, sou dono do meu coração. Ah! O espelho me disse você não mudou!

Claro que meu coração nunca foi pirata. Pelo contrário, sempre foi raptado, roubado, seqüestrado! Mas depois das últimas experiências afetivas, repensei um monte de coisa, inclusive em relação a meu aspecto idiota sentimental. De repente, comecei a cantar a música. Eu disse que essa música eu pretendia cantar durante todo esse ano novo. Não sei se vou conseguir. Vou tentar. Cansei de cantar dizem que o amor faz a gente sofrer sem meu grande amor não poderei viver (...) Se o amor traz sofrimento vou sofrer até o fim minha vida será um tormento... de Marisa Monte.

Só não sei se estarei chegando em 31 de dezembro cantando com toda a convicção que Quando a paixão não dá certo não há porque me culpar eu não me permito chorar já não vai adiantar e recomeço do zero sem reclamar. Quando a paixão não dá certo não há porque me culpar eu não me permito chorar já não vai adiantar e recomeço do nada sem reclamar...

Me culpei tanto, chorei tanto, reclamei amiúde... Recomeçar do nada sem reclamar? Nunca antes na história de minha vida. Mas hoje é diferente. Pelo menos é o que eu acho. Só acho, porque certeza que é bom...

domingo, 2 de janeiro de 2011

Ricardo Coutinho chega ao poder como o primeiro governador com origem nos movimentos sociais

Eu e o então prefeito de João Pessoa, Ricardo Coutinho, na festa de 100 anos da paróquia de Nossa Senhora da Conceição em Alagoinha-PB, 08 de dezembro de 2009.
 “O que antes foi regado em múltiplos sonhos, hoje transborda numa mesma realidade: o povo chegou ao poder. A sociedade que ajudamos a construir e projetar ao longo das últimas décadas ganha, a partir deste momento, o formato concreto do que ousamos pensar e agir em conjunto, em instantes de euforia ou descrenças, com o ardor dos descontentes e esperançosos”, trecho do discurso de Ricardo ontem na cerimônia de posse. A Paraíba, com certeza, a partir de ontem, rompeu com um passado oligárquico, com práticas políticas arcaicas, com modelos de administrar atrasados para entrar em uma nova era de políticas públicas voltadas para a coletividade e de um governo que administre pelo bem comum. Achei esse texto no site PBAgora. Muito interessante ele.
 Ricardo Coutinho chega ao poder como o primeiro governador com origem nos movimentos sociais

Em 121 anos de República, Ricardo Vieira Coutinho é o primeiro governador eleito da Paraíba que tem origem na luta sindical, nos movimentos sociais. Sua trajetória é marcada por uma seqüência de conquistas nos mais diversos segmentos da sociedade paraibana. Filho de pai agricultor e mãe costureira, Ricardo não é herdeiro político de algum grupo oligárquico. E a Paraíba teve e tem várias oligarquias. Ricardo chegou ao mais alto cargo do Estado por seus méritos, sua conduta desde o tempo dos movimentos estudantis, e em defesa dos trabalhadores e dos interesses das classes menos favorecidas. Assim agiu em toda sua trajetória de líder sindical, vereador de João Pessoa por duas vezes, deputado estadual por dois mandatos e prefeito da capital de seu Estado eleito para duas gestões.

Com este perfil o governador eleito, diplomado e que tomou posse neste 1º de janeiro de 2011 gerou grande expectativa em toda a Paraíba, e, com base em suas administrações na prefeitura de João Pessoa, certamente fará um governo produtivo, contribuindo com o desenvolvimento econômico, social e cultural da Paraíba.

História comprova panorama

De fato, desde a Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, praticamente a Paraíba tem sido governada por cidadãos com origem no oligarquismo. De acordo com o historiador e escritor José Octávio de Arruda Mello, em ‘História da Paraíba’, “na Paraíba, a República dos coronéis conheceu três etapas correspondentes às oligarquias que a controlaram”, revela o cientista político. A primeira oligarquia foi com Venâncio Neiva, primeiro presidente republicano do Estado e foi curta, de 1889 a 1891. A segunda, com o presidente Álvaro Machado, se prolongou por vinte anos (1892 a 1912). Coube a Epitácio Pessoa, que foi presidente da República, a liderança da terceira oligarquia, com ação em torno de 1915 até 1930.

Nesses 121 anos de República a maioria dos homens que governaram a Paraíba tinha ou tem o curso de Direito. No passado, quase todos jovens de classe média e alta iam fazer curso superior na Faculdade de Direito do Recife. Mas, também administraram o nosso estado empresários, general de Exército, coronel, monsenhor, médico, professor, juiz, desembargador, dentre outros. Ricardo Coutinho é formado em Farmácia e filho de um casal humilde.

Ao examinarmos a lista dos presidentes/governadores da Paraíba veremos que grande parte deles tem origem em famílias ricas ou bem influenciadas que ao longo de várias gerações se revezam no poder. O desembargador José Peregrino de Araújo foi governador de 1900 a 1904. Álvaro Machado voltou ao governo em 1904. O Monselhor Walfredo Leal, governou de 1905 a 1908. João Lopes Machado, médico sanitarista e irmão de Álvaro Machado, foi governador de 1908 a 1912. João Pereira de Castro Pinto dirigiu o estado de 1912 a 1915. O coronel Antonio da Silva Pessoa, irmão de Epitácio Pessoa, governou de julho de 1915 a julho de 1916. Solon Barbosa de Lucena era presidente da Assembléia Legislativa quando assumiu o governo de julho a outubro de 1916.

O general e médico Francisco Camilo de Holanda foi o governador da Paraíba entre 1916 e 1924. O período de 1924 a 1928 coube a João Suassuna, nascido em Catolé do Rocha e pai do mestre Ariano Suassuna. Suassuna foi assassinado tempos depois, no Rio de Janeiro, quando era deputado federal.

Sobrinho do ex-presidente da República Epitácio Pessoa, o presidente João Pessoa governou de 22 outubro 1928 a 26 de julho de 1930, data em que foi assassinado pelo advogado João Dantas, no Recife. João Pessoa nasceu em Umbuzeiro e era advogado. Natural de Mamanguape, o professor Álvaro Pereira de Carvalho era o vice de João Pessoa e assumiu o governo por três meses. José Américo, na primeira vez, governou por quase dois meses, depois de Álvaro. O engenheiro e geógrafo Antenor de França Navarro dirigiu a Paraíba de 1930 a 1932.

De 1932 a 1934 dirigiu o estado o interventor Gratuliano da Costa Brito. Teve em seu secretariado o então segundo tenente do Exército Ernesto Geisel, que viria a ser um dos presidentes da ditadura militar. José Marques da Silva Mariz, de tradicional família de políticos do Sertão paraibano, governou de dezembro de 1934 a janeiro de 1935.

O advogado campinense Argemiro de Figueiredo foi o interventor do estado de 1935 a 1940. Dentre suas ações fundou a Rádio Tabajara e construiu o atual prédio do Liceu Paraibano. Nascido em Pombal, Ruy Carneiro, formado em Direito, filho de advogado e pequeno pecuarista, governou a Paraíba de agosto de 1940 a julho de 1945. Natural de Alagoa Nova, Samuel Vital Duarte, advogado, governou de julho de 45 a novembro do mesmo ano.

Por dois meses, Severino Montenegro também foi governador. De fevereiro de 46 a setembro do mesmo ano o estado foi governado por Odon Bezerra Cavalcanti, outro nome de tradicional família. De agosto de 46 a março de 47, José Gomes da Silva assumiu o governo. Natural de Alagoa Grande o advogado e professor Oswaldo Trigueiro de Albuquerque Melo dirigiu o estado entre março de 1947 e janeiro de 1951.

O escritor e advogado José Américo de Almeida, nascido em Areia, assumiu de novo o governo em 1951 e teve como substituto presidente da AL João Fernandes de Lima. Natural de Pilar, Flávio Ribeiro Coutinho governou de 1956 a 1958.

De 58 a 60 governou o estado Pedro Moreno Gondim, bacharel em Direito e filho natural de Alagoa Nova. No período de 60 a 61, o governador foi José Fernandes de Lima, de Mamanguape. Pedro Gondim voltou ao comando do estado de janeiro de 1961 a janeiro de 1966. Nascido em Brejo do Cruz, João Agripino, advogado e filho de fazendeiro e chefe político governou a Paraíba de 1966 a 1971. Ernani Sátyro, nascido em Patos e outro descendente de políticos, governou o estado de 71 a 75.

O cajazeirense Ivan Bichara Sobreira, escritor e advogado foi governador de 1975 a 1978. Seu vice, Dorgival Terceiro Neto, nascido em Taperoá, governou de agosto de 78 a março de 79. Assume o governo de 79 a 82, Tarcísio de Miranda Burity, professor e jurista. Seu vice, Clóvis Bezerra Cavalcanti administra de maio de 1982 a março de 1983. O governo de Wilson Braga foi no período de março de 1983 a maio de 1986. Na seqüência, passaram pelo Palácio da Redenção, Rivando Bezera Cavalcanti e Milton Bezerra Cabral.

Burity volta ao governo, com eleição direta, em março de 1987 e conclui seu mandato em março de 1991. O poeta e advogado nascido em Guarabira, Ronaldo Cunha Lima governa a Paraíba de 15 de março 1991 a 2 de abril de 1994. O vice, Cícero Lucena, empresário, nascido em São José de Piranhas, governou até 1º de janeiro de 1995.

Descendente de tradicional família de políticos no Sertão, Antonio Mariz é eleito governador e dirigiu o estado de 1º de janeiro de 1995 a 16 de setembro do mesmo ano, data em que faleceu, na Granja Santana, residência oficial do governador. O vice José Targino Maranhão assumiu e governou até 1999. Eleito governador junto com Roberto Paulino, Maranhão continuou a administrar o estado. Paulino assumiu até dezembro de 2002 e foi candidato a governador, quando perdeu a eleição para Cássio Cunha Lima que governou de 2003 a 2006.

Em 2002 Maranhão foi eleito senador da República. Cássio disputou a eleição para governador em 2006 com Maranhão e foi o vencedor. Governou até 17 de março de 2009, quando foi cassado. Maranhão assumiu e concluiu seu terceiro mandato neste 31 de dezembro de 2010. Assumirá neste 1º de janeiro de 2011, Ricardo Coutinho para governar neste primeiro mandato até 31 de dezembro de 2014. Ao longo dos 121 anos de República a Paraíba teve cerca de 90 governos, entre titulares e substitutos, sendo que sete cidadãos governaram por mais de uma vez. Até agora coube a Maranhão o maior tempo no cargo de governador.

Perdura até os dias atuais a existência de várias famílias se alternando no poder, nos municípios, nas regiões e no Governo do Estado. No passado, praticamente todos os jovens se tornavam bacharéis pela Faculdade de Direito, em Recife. Daí, o grande número de presidentes/governadores com esta formação. O primeiro presidente a partir da Proclamação da República foi Venâncio Neiva (1889 a 1891) era juiz de direito. Álvaro Lopes Machado era major do Exército e governou a Paraíba de 1892 a 1896. Criou o jornal A União.

Ricardo Coutinho - O governador Ricardo Vieira Coutinho, que vai governar a Paraíba de 2011 a 2014, nasceu em João Pessoa, aos 18 de novembro de 1960, na maternidade Frei Martinho, localizada no bairro de Jaguaribe. Na infância e juventude Ricardo morou em Bananeiras, Serraria e Caiçara. Foi vereador de João Pessoa de 1993 a 1999, deputado estadual de 1999 a 2004 e prefeito da capital por dois mandatos. Foi eleito pela 1ª vez em 2004 e reeleito em 2008. Renunciou à prefeitura de João Pessoa em 31 de março de 2010, durante o período de seu segundo mandato, para disputar o governo da Paraíba. Ricardo foi eleito no segundo turno para o cargo de governador com hum milhão setenta e nove mil, cento e sessenta e quatro votos, o equivalente a 53,70% dos votos válidos.

Blog do Josélio Carneiro

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