A cigana leu o meu destino
Eu sonhei!
Bola de cristal
Jogo de búzios, cartomante
E eu sempre perguntei
O que será o amanhã?
Como vai ser o meu destino?
Já desfolhei o mal-me-quer
Primeiro amor de um menino...
A primeira vez que ouvi O Amanhã foi em setembro de 2009, durante o lançamento da candidatura à reeleição para presidente do PT paraibano do deputado Luiz Couto. Como todo mundo que mora por aqui sabe, à época, toda a máquina do governo estadual, tendo a frente o finado governador José Maranhão (falo finado em temos de idéias políticas e administrativas), em benefício do então deputado estadual Rodrigo Soares, levando a derrota do Padre Luiz Couto no PED do PT.
Naquele tempo uma grande parte dos petistas e dos simpatizantes torcia muito para que o partido fizesse parte da aliança com o então prefeito de João Pessoa, Ricardo Coutinho, nas eleições de 2010, tendo Couto como candidato a senador. Todo mundo sabe os rumos que o PT tomou e o resultado disso tudo. Graças ao bom senso e o desejo de mudança do povo paraibano, os resultados das eleições do ano passado foram favoráveis a todos nós.
Mas voltando a música. Um dos atos da candidatura do padre deputado foi à plantação de uma árvore numa Praça em João Pessoa. Esqueci o nome da praça (risos). Em seguida, após Couto conceder entrevista para vários sites, rádios e emissoras de TV, seguimos para o local do lançamento da candidatura. Era o auditório de um colégio confessional que também não lembro o nome. Enquanto caminhávamos, um assessor puxou um violão e começou a cantar algumas músicas. Uma delas foi Pra não dizer que não falei das flores de Geraldo Vandré, uma música símbolo da luta política da esquerda brasileira. Outra foi O Amanhã. Eu nunca tinha escutado essa música. Gostei bastante da letra, do ritmo, comecei a cantar o refrão juntamente com uma multidão. Pesquisei algumas vezes um trecho que eu julgava ser da canção, mas sempre aparecia outra letra no Google. Dias atrás, acho que foi no Facebook, alguém colocou o vídeo da música. Imediatamente fui conferir. Era ela mesma. Baixei pelo 4shared e já escutei amiúde.
A letra é bem interessante. Todas as pessoas são curiosas em relação ao futuro, ao amanhã. Desde os tempos mais remotos, homens e mulheres que dizem adivinhar o futuro foram e são consultados por muita gente ansiosa para saber o que pode acontecer na colheita, com os filhos, com o marido, com a mulher, como anda a saúde, se vai conseguir aquele emprego, se aquele amor poderá a vir a ser correspondido e etc.
No ano passado eu fui duas vezes a uma cigana. Antes um professor da UEPB em Guarabira já tinha lido minha mão e previsto algumas coisas sobre o meu futuro. Fiquei bastante animado com o que falou a cigana, na minha primeira consulta, sobre meu futuro profissional e amoroso. Não gostei de algo trágico que ela vaticinou. Dias mais tarde, um sinistro aconteceu. Lembrei imediatamente de suas palavras. Minha segunda consulta foi em meados de dezembro. A primeira vez ela interpretou as cartas de um baralho que eu mesmo tracei. Dessa vez foram as cartas de um tarô. Estive mais empolgado na primeira vez. Contudo anotei algumas coisas e achei surpreendente que a primeira carta completava a última. Na verdade foi tudo uma seqüência. Fiquei boquiaberto. E empolgado também com algumas coisas ditas pela ilustre senhora.
Entretanto, o futuro é sempre imprevisível. Sobretudo quando se refere ao nosso futuro juntamente com o futuro de outras pessoas. As pessoas são muito instáveis. Algumas coisas que eu desejei no ano passado, quando fui me consultar com a cigana, já não existem mais. Algumas realidades desmancharam-se no ar. Não pretendo voltar mais a essa cigana e nem a mais nenhuma pessoa que descortine o futuro para mim. Vou deixar as coisas rolarem de acordo com o que tenho feito no presente. Acredito que o meu futuro depende das minhas escolhas no presente. Como o destino de todo mundo. Por isso, vou continuar a cantar como Simone Como será amanhã? Responda quem puder. O que irá me acontecer? O meu destino será como Deus quiser. Como será?...