quarta-feira, 28 de novembro de 2007


São 23:11 hs.(no meu estado não tem horário de verão, portanto ainda é quarta-feira) Acabei de terminar de ler um texto sobre "A estrutura de poder na Paraíba". Até 22:30, estava assistindo o "Diálogo Brasil" na NBR (A TV do governo federal, como diz a propaganda), a primeria coisa que prestei atenção foi na falta de Florestan Fernandes Jr., quem tava apresentando era aquele cara da BAND. Será que Florestan foi demitido? Está de férias? O programa discutia a situação do PSDB após a convenção de quarta-feira da semana passada, com o presidente da legenda em SP e dois cientistas políticos. Nem sei porque estou falando nisso. É na verdade só pra deixar algo no meu blog escrito. Seria melhor falar dessa linda flôr. Achei quando digitei a palavra sei lá no Google imagens. É linda, não é? Me dá uma sensação de segurança, de esperança, de amor pela vida. A propósito, a natureza me faz amar mais a vida. Ela revela, segundo a bíblia, a grandeza divina, por isso, sempre fico extasiado quando estou em contato com ela. Não há espaço melhor pra se ter comunhão com o Criador do que a natureza, a fauna, a flora, os rios, o mar, o fogo, as pedras... Todos esses elementos louvam, do seu modo, a Deus. Mas, voltando a imagem acima: ela me faz sentir paz e vislumbrar um mundo melhor, razão pela qual continuo existindo.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

A Venezuela tem sido alvo de uma campanha sórdida perpetrada pela grande mídia. É lamentável. As idéias imperialistas, dominadoras, dos Estados Unidos, encontram bastante eco na imprensa nacional. Hugo Chávez, presidente democraticamento reeleito com um grande número de votos, numa eleição que teve observadores internacionais que não encontraram nada de errado nela, é sempre acusado de ser ditador. Acho que a compreensão do que seja uma ditadura não é clara pra esses jornalistas e para deputados do DEM, do PSDB e PPS. O DEM tem uma posição bem interessante. Foi o sustentáculo da ditadura militar, a ARENA. Mudou pra PDS. Mudou de novo pra PFL. E novamente muda agora pra DEM. Eles acusam Chávez de ser ditador, kkkkkkkkkk. Como são hipócritas! Toda a imprensa, a grande imprensa, a imprensa que defendeu a ditadura militar como as Organizações Globo, estão criticando o plebiscito que o povo venezuelano está preste a votar. Ora, como é que uma ditadura faz plebiscito, faz uma consulta popular? Aliás, esse não é o primeiro do governo chavista. O que fica patente é que todos os que criticam Chávez são pessoas ligadas à direita, sempre estiveram na elite, e tem, portanto, que fazer de tudo (como fazem) pra manter o status quo. O povo venezuelano é soberano, livre, está feliz com o governo atual, e tem o direito de ter o governo que achar ser melhor pra sua terra. Nós, em absoluto, temos o direito de intromissão nos destinos de outros países, do contrário, corremos o risco de sermos iguais aos EUA que tanto criticamos. Abaixo está um documento (que recebi por e-mail) de apoio ao povo venezuelano e que esclarece muita coisa melhor, sem dúvida, do que eu.

SOLIDARIEDADE AO POVO VENEZUELANO



A autodeterminação dos povos e o respeito à soberania nacional inspiram as organizações brasileiras abaixo assinadas a se solidarizarem com o plebiscito em curso na Venezuela, convocado com legitimidade pelas autoridades e instituições democraticamente constituídas pelo voto popular, a partir de um amplo processo de debate em todo o país, desde os bairros populares ao poder legislativo.



Repudiamos a notória campanha de propaganda articulada internacionalmente pelo grande capital contra a Venezuela, baseada na mentira e na manipulação, com o objetivo de desestabilizar seu governo e o processo de mudanças progressistas majoritariamente respaldado pelo seu povo. Esta torpe campanha coloca em relevo a necessidade de aprofundarmos a luta pela democratização dos meios de comunicação.



A classe dominante brasileira, através de seus partidos e da maioria dos órgãos de informação, que só veiculam o pensamento único neoliberal, participa ativamente desta campanha golpista contra o processo revolucionário venezuelano, pois sabe que, no plebiscito do próximo dia 2 de dezembro, trava-se importante batalha, em âmbito mundial, e em particular na América Latina, na luta contra o imperialismo e por um mundo igualitário, sem miséria nem exploração.



A vitória do SIM naquela legítima consulta popular assusta a todos aqueles que querem manter intactos os seus privilégios, à custa da miséria da maioria da população mundial.



Assim sendo, conclamamos o povo, o governo e as instituições brasileiras a se manifestarem pelo respeito à vontade majoritária dos nossos irmãos venezuelanos e à sua determinação de contribuir para a integração soberana da América Latina.



Rio de Janeiro, 22 de novembro de 2007



PCB - Partido Comunista Brasileiro

PCdoB – Partido Comunista do Brasil

PCR – Partido Comunista Revolucionário

PDT – Partido Democrático Trabalhista

PH – Partido Humanista

PSB – Partido Socialista Brasileiro

PSOL – Partido Socialismo e Liberdade

PT – Partido dos Trabalhadores

Casa da América Latina

Centro Cultural Antonio Carlos de Carvalho

Comitê de Solidariedade à Luta do Povo Palestino

Círculos Bolivarianos Leonel Brizola

Corrente Comunista Luiz Carlos Prestes

Federação das Associações de Moradores do RJ

Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST)

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

"Eu sei, mas não devia"

Vez por outra acesso o site de Ricardo Gondim. É ótimo. Sempre encontro mensagens, poesias maravilhosas, suas ou de autores que ele admira. Achei lindo esse poema de Marina Colasanti. Acostumar-se é foda!, como dizem os mais libertinos. Já imaginou como o mundo seria bem melhor se a gente não se acostumasse com a corrupção? Por exemplo, em nosso país, se fóssemos às ruas a cada escândalo, denúncia, caso de desvio, quebra de decoro... estaríamos do mesmo jeito? Acredito que não. Em absoluto. Mas, não só nos acostumamos, como também renovamos o mandato daqueles que deveriam nos defender, contudo, só defenderam seus interesses. É preciso (re)agir! Gritar! Não se calar! O "Por que não te calas", que o imbecil do Rei da Espanha disse a Chávez não deve, jamais, está presente em nossas vidas! Lá vai o poema:

"Eu sei, mas não devia"

EU SEI QUE A GENTE SE ACOSTUMA. Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos
e a não ter outra vista que não seja as janelas ao redor.

E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora.
E porque não olha para fora logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas.
E porque não abre as cortinas logo se acostuma acender mais cedo a luz.
E a medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora.
A tomar café correndo porque está atrasado.
A ler jornal no ônibus porque não pode perder tempo da viagem.
A comer sanduíche porque não dá pra almoçar.
A sair do trabalho porque já é noite.
A cochilar no ônibus porque está cansado.
A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra.
E aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja número para os mortos.
E aceitando os números aceita não acreditar nas negociações de paz,
aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir.
A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta.
A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita.
A lutar para ganhar o dinheiro com que pagar.

E a ganhar menos do que precisa.
E a fazer filas para pagar.
E a pagar mais do que as coisas valem.
E a saber que cada vez pagará mais.
E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas que se cobra.

A gente se acostuma a andar na rua e a ver cartazes.
A abrir as revistas e a ver anúncios.
A ligar a televisão e a ver comerciais.
A ir ao cinema e engolir publicidade.
A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma à poluição.

As salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro.
A luz artificial de ligeiro tremor.
Ao choque que os olhos levam na luz natural.
Às bactérias da água potável.
A contaminação da água do mar.
A lenta morte dos rios.

Se acostuma a não ouvir o passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães,
a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas demais para não sofrer.

Em doses pequenas, tentando não perceber, vai se afastando uma dor aqui,
um ressentimento ali, uma revolta acolá.
Se o cinema está cheio a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço.
Se a praia está contaminada a gente só molha os pés e sua no resto do corpo.

Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana.
E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo
e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele.
Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se
da faca e da baioneta, para poupar o peito.
A gente se acostuma para poupar a vida que aos poucos se gasta e, que gasta,
de tanto acostumar, se perde de si mesma

domingo, 25 de novembro de 2007

Não tenho medo da morte. Falo da morte em si. Não. De jeito nenhum. Acho que a gente deveria comemorá-la como muitos povos fazem, com festas, banquetes, danças. Ela é única certeza que temos. Ateus, deístas, teístas... todos tem essa certeza. Não tenho medo da morte, mas de uma morte precoce tenho. Morrer jovem... Fico triste sempre que morre uma pessoa na sua juventude, não que as outras não tenham valor, é que os jovens estão no limiar da vida, cheios de sonhos, planos, desejos... Sexta-feira, peguei uma virose brava junto com uma crise de garganta. Pensei que ia morrer. Sério. Cheguei a chorar. Tenho tantos sonhos... Nem 1% chegei a realizar. Meu corpo ardia de febre. Minha garganta doia tanto que mal consegui comer... Meu sono foi uma lástima... Não sonhava coisa com coisa. Cheguei até a delirar, meu pai e minha mãe ouviram tudo... Mas, graças a Deus estou bem melhor. Pronto pra continuar a jornada e lutar por meus sonhos!

quinta-feira, 22 de novembro de 2007


Nossa!, minhas forças estão fracas. Minha energia sem força. Minha paixão sem desejo. Desde a semana passada que estive na Universidade - Campus III - fazendo campanha para o DCE. Conheci pessoas legais. Espero que a amizade permaneça depois de ter acabado a campanha. Falei nas classes, coisa que ainda não tinha feito. Disseram que meu discurso é bom, rsrsrrs. Talvez seja, talvez seja só um apoio dos amigos.
Ontem foi o zênite de tudo. Dia da eleição. Dia da decisão. Por conseguinte, último dia de campanha. Fiz de tudo que era possível fazer.
Mas a vida não é só de vitórias. O que seria delas se não hovesse as perdas? Não teria nenhum valor. Perdemos e eleição do DCE. Contudo,
o Movimento Levante vai continuar firme.
E no ano que vem tem eleição de novo!!!!!!!!!

sexta-feira, 16 de novembro de 2007



Essa foto tirei ontem. Eu amo pedalar. Até um tempo atrás esse era meu único esporte. Nunca gostei de jogar bola, até hoje não gosto de futebol, na época de copa mundial fico agoniado em casa quando meu pai, minha mãe e minhas irmãs ficam assistindo o jogo. Não tem lugar pra ondem ir. Em todo lugar que há um TV tem gente ligado na competição, aff! Todos e todas estão defronte de um televisão, grudados, como um religioso fica diante da divindade, em total reverência. Agora estou na academia... Mas pedalar, ainda é, o melhor esporte pra mim.

A chuva






A chuva cai

Sobre meu telhado.

Sobre a terra

Regando-a.

Para mim

A chuva vai além

Do que simplesmente

Regar ou molhar a terra,

Trazendo alegria ao agricultor

E esperança de uma boa colheita.

A chuva é uma magia!

Leva-me a viajar

Em meu interior.

Faz-me sentir um vazio.

Não aquele da divindade.

Mas de amor!

Amor heros!

Paixão!

A chuva faz-me sentir frio.

Mas este não pode

Definhar com um bom lençol.

Mas com alguém ao meu lado.

Uma alma gêmea

Que compartilhe comigo

O calor existente no corpo

Onde sozinho é impossível

Num dia chuvoso senti-lo




Esse poema foi publicado em meu antigo blog e no site usina das palavras.com

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Sei lá

Um blog pra ser bom deve ser atualizado todos o dias. O meu não é bom dessa forma. Passo dias pra atualizar, postar uma mensagem minha ou mesmo um texto encontrado em algum site. Mas a partir de hoje vou postar todos os dias, mesmo que seja pra falar sobre meu dia, falar bobagens, deixar um oi pra quem ler (são raros mas tem gente que ler meu blog). Não sou um escritor profissional. Sou escritor, porque escritor é quem escreve, ainda que o texto esteja cheio de erros (como os meus geralmente), mesmo que fale besteiras. Não dá pra avaliar meu dia hoje, porque ainda são 11:00 hs. Mas vou falar alguma coisa. Alguma coisa (odeio quando peço uma informação sobre determinado assunto e a pessoa não quer falar, eu peço pra dizer alguma coisa, a pessoa com a maior cara de pau diz: alguma coisa). Dei duas aulas (lecionei, ensinei...) na segunda série do ensino médio. É uma turma, como se diz, carregada. Muitos me provocam. Outros tentam me atemorizar. Um dia desses, na verdade faz um tempinho, eu sai da turma decidido a desistir do magistério. Fiquei o resto do dia doente. Nem fui pra um curso de literatura que tava fazendo. Me desrespeitaram, caçoaram de mim (como sempre fazem - não são todos é claro, mas uma grande parte). Foi um daqueles dias que a gente quer jogar pra sempre na lixeira, sepultar e nunca mais lembrar. Mas não desisiti. E hoje, pelo número reduzido de alunos que foram à aula, foi mais ou menos, ainda tive um problema com dois alunos. Tive que pedir pra saírem da classe. Na 7 série A, outra turma complicada, foi calmo hoje. Da mesma forma que na segunda série, foi um número reduzido. A aula foi sobre os motivos que fizeram com que o governo brasileiro, no fim do século XIX, trouxesse imigrantes europeus pra trabalhar ao invés de usar a mão-de-obra negra que tava livre. Sim, ia me esquecendo: a aula no seugundo ano foi sobre o iluminismo. Acho que tá bom o que falei até aqui. Não registrei a 1 série do médio, porque lá raramente tenho problemas com alunos. Mas isso faz parte da vida do professor. São "os ossos do ofício", como dizem.

sábado, 10 de novembro de 2007

O inferno da mãe de Renan

Li essa matéria no site da revista Época. Achei interessante e posto no meu blog. Nela fica claro o quão a amor de mãe é importante.




Dona Ivanilda, aposentada com um salário mínimo, chora ao falar do filho e toma remédio para dormir

Mariana Sanches


MÃE É MÃE
Ivanilda e sua casa em Murici (de fachada branca). Ela passou a ler jornal para acompanhar as acusações contra o filho
“Tenho 23 netos”, diz Ivanilda Calheiros, enquanto se recosta na cadeira de plástico, os olhos azuis fixos nas galinhas-d’angola que cria no quintal. Ivanilda esqueceu-se de incluir na conta a pequena Maria Catharina, filha de Renan Calheiros com Mônica Veloso. Embora a neta já tenha 3 anos de idade, ela é ainda uma novidade. Ivanilda descobriu sua existência há pouco mais de cinco meses. Na ocasião, a imprensa denunciou que um lobista da empreiteira Mendes Júnior pagava a pensão alimentícia à menina, fruto de uma relação extraconjugal do presidente licenciado do Senado com a jornalista morena e bonita que posou nua para uma revista masculina. Ivanilda não conhece Maria Catharina, estopim da crise política que levou seu filho mais velho a se licenciar do cargo. Nem mesmo fotos viu. “Ouvi falar que ela é linda. Você já viu?”, diz, ávida por informações.

O pagamento da pensão da filha por um lobista foi só a primeira das denúncias contra Renan Calheiros, que ainda enfrenta outras três representações no Senado. Na semana passada, Renan retornou ao Senado, depois de dez dias de licença médica. Desde que começaram as acusações contra o filho, Ivanilda só dorme ao amanhecer. “Eu passo a noite inteira acordada, com a televisão ligada, assistindo à TV Senado e aos canais de notícia”, afirma. Nos últimos dias precisou tomar remédio para que o sono viesse.

O hábito de ler jornais, que nunca teve, virou quase uma obrigação. Ivanilda debruça-se sobre eles com afinco incomum para quem cursou só até a 4a série do ensino fundamental. Nas páginas dos periódicos tenta encontrar explicações para o quebra-cabeça de sua família. Aposentada com salário mínimo, Ivanilda parece não entender por que o filho se tornou vilão nacional de uma hora para outra.

Hospitaleira, manda logo passar um café fresco para a visita. A alagoana nascida em Murici, cidade de 23 mil habitantes a 44 quilômetros de Maceió, aparenta ter mais do que os 73 anos registrados na carteira de identidade. Tem o rosto vincado por rugas, e as costas curvadas acentuam sua estatura baixa, não mais do que 1 metro e meio. O único enfeite é o par de alianças – uma sua e outra do falecido – na mão esquerda. Usa chinelo de dedo e um vestido preto e simples com miúdos corações em branco. Na casa de Ivanilda, é um constante entra-e-sai de crianças, mulheres, homens e velhos segurando copos d’água, nacos de pão ou pratos de arroz e feijão. Ivanilda cumprimenta a todos. São vizinhos que freqüentam a casa há 35 anos, desde que a família Calheiros se mudou para lá.

Na casa de Ivanilda, não há forro no teto. Apesar disso, é a maior e a mais bonita na rua de moradias pobres, que parecem se apoiar umas às outras para não cair. Foi construída aos poucos, sendo ampliada conforme a família aumentava. Foram dez filhos com o marido, Olavo Calheiros, dos quais oito são vivos. Aos 21 anos, deu à luz em casa o primogênito Renan, nascido de parto normal sem sobressaltos. A partir daí, passaria a cozinhar panelas e panelas de arroz, feijão e carne todos os dias para alimentar a s prole. Quatro se tornariam políticos, três com mandato no Congresso Nacional. Quando a comida era servida, Ivanilda deixava os filhos e o marido na sala de jantar e ia comer na cozinha, junto com as empregadas. Era o costume da família tradicional nordestina.

Enquanto se ocupava da casa, o marido providenciava o sustento negociando bois e mercadorias na mercearia que tinha em uma das usinas de cana-de-açúcar da região. Mas a vocação de Olavo era a política, afirma Ivanilda. “Os filhos acabaram sofrendo a influência do pai”, diz. Olavo Calheiros foi vereador e prefeito de Murici. De acordo com a vizinhança, o pai de Renan chamava todo mundo de primo e recebia qualquer um em casa para tomar café. Era o goleiro do time de futebol da cidade. Troféus esportivos locais ocupam toda a parede da sala de Ivanilda. “Meu pai era um homem tão honrado que comprava boi só com a palavra”, diz Remi Calheiros, filho do casal e ex-prefeito de Murici. Embora fosse exímio comerciante e político talentoso, Olavo não enriqueceu. Deixou à mulher e aos oito filhos apenas a casa de Murici e uma fazenda de 716 hectares, capaz de sustentá-los sem luxo. Já Renan teve mais sucesso: do Fusca verde, seu único patrimônio em 1978, cujas prestações eram pagas pelo pai, passou a declarar em bens, no Imposto de Renda em 2006, R$ 1,7 milhão.


RETORNO
Renan chega a seu gabinete no Senado, depois de dez dias de licença médica. Inspirado no pai, ele virou político
A profusão de notícias sobre as supostas falcatruas de seu filho não a convence. “É coisa de gente que tem inveja daquela cadeira que ele ocupa, do cargo importante que tem”, diz, com orgulho, referindo-se à presidência do Senado. Para ela, coração de mãe não se engana, e seu filho é inocente. Vizinhos, parentes e amigos antigos se revezam, à mesa da sala da casa de Murici, para defender Renan. “Se eu fosse senador daria para minha mãe uma casa muito maior do que esta”, diz um jovem que acompanha a discussão. Um senhor desdentado e aparentemente alcoolizado pede a palavra e diz que, pela lógica, Renan não pode ser culpado. Pelo menos 20 pessoas circulam pela casa em duas horas. Aliados e adversários concordam que o escândalo não afetou a popularidade de Renan. O carisma do falecido pai e a bondade da mãe foram fundamentais para que ele mantivesse uma boa imagem em Murici.

Para Ivanilda, Renan vive hoje um “calvário público, uma injustiça”: “Sempre foi um homem bom, ajudou muito Alagoas”. Quando se pede a Ivanilda que cite alguma emenda relevante do senador Renan Calheiros, ela se cala. Passa alguns minutos sem falar nada. “Não sei, não”, diz, sem graça. Cutuca o filho com o braço. “Fala alguma aí, Remi”, diz a ele. Remi também responde que não se lembra. “São muitas”, afirma. Embora não citem exemplos, Renan é responsável por diversas emendas, entre elas algumas para a liberação de recursos para a construção do Canal do Sertão. A obra é investigada por desvio de verba.

Renan costumava aparecer ao menos uma vez por mês para comer o arroz com feijão da casa de Murici. Depois das denúncias não voltou mais à cidade natal. A última vez que a mãe o viu foi em setembro, no apartamento de Renan, em um prédio na orla de Maceió. “Era aniversário dele, mas não teve festa”, diz. Renan manda dinheiro para a mãe regularmente. Somente em 2006, ele declarou em seu Imposto de Renda ter dado a ela R$ 60 mil, entre pagamentos do arrendamento de sua parte nas terras da herança do pai e doações. As somas foram entregues pelo próprio Renan em cheques e dinheiro vivo, para pagamento de despesas. Ivanilda diz que o dinheiro e os cheques eram dele mesmo e, desconfiada, afirma não se lembrar quanto costuma receber mensalmente do filho. Renan liga para a mãe quase todos os dias, geralmente no fim da tarde. Nunca falou sobre o escândalo político que protagoniza. Ele apenas pergunta se ela tomou seus remédios para hipertensão e pede que fique calma. “Eu falo para ele não se preocupar, porque é inocente e vai conseguir provar isso”, diz Ivanilda. “Aí ele me responde: ‘Muito obrigado, mamãe’”.

Ivanilda se emociona diversas vezes. Nesses momentos é sempre acudida por alguém da casa que lhe pergunta se ela já tomou o remédio da pressão. Para Ivanilda, Renan não perderá o mandato nem renunciará. “Mas a senhora perdoaria um filho corrupto, dona Ivanilda?” Ela responde com um bordão: “Mãe é mãe. Ainda que tenha feito alguma coisa errada, ele vai continuar sendo o mesmo Renan de sempre”.

http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG80023-6009-495,00.html

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Mick


Dizem que o cão é o melhor amigo do homem. A relação que existe entre eles é de longa data, foi o cão o primeiro animal a ser domesticado pelo ser humano. Mas, se a tese da melhor amizade fosse depender de minha relação com Mike, o meu cachorro, o cão seria o maior inimigo do homem. Oh cachorrinho ruim, visse? Só vem pra perto de mim com segundas intenções quando estou comendo. Já me mordeu tantas vezes. Já tive tanta vontade de vê-lo morto, de dá um surra bem dada nele... Já em relação a minha irmã a situção é diametralmente oposta. Os dois se completam. Paracem que são almas gêmeas. Se eu chegar perto de algo pertencente à ela, ele avança em cima de mim. Pra tirar a foto acima foi um aperreio. Ele quase me mordia. A cara dele, enquanto eu forço um sorriso hipócrita, é de zombaria, como quem diz "aff Joel, eu não gosto de tu, tu não gosta de mim, pra que tirar essa foto que tu vai botar no blog e no orkut e o povo vai pensar que sou teu amigo. Vou fazer cara feia, visse? vou dá lingua pra máquina".

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Há algumas coisas que me fazem lembrar de um passado distante mas que revive em minha memória. Quando sinto o cheiro de alguns perfumes, de flores, de barro molhado lembro de momentos que vivi durante a minha infância. Bate um saudosismo intenso em mim. Dá vontade de entrar na máquina do tempo e ficar lá pra sempre... Vivendo a inocência... Vivendo sem preocupação, ou melhor com a única preocupação e obrigação de estudar e passar nas provas.
Tem músicas que me levam a reviver instantes esquecidos, porém alegres que experimentei.
Agora, tem música que me levam a reviver um tempo que nunca vivi, nunca experimentei, nem era nascido quando era sucesso nas rádios.
Essa primeira me leva aos tempos rebeldes, onde os jovens queriam mudar o mundo, queria a liberdade, tinha um alvo. Tenho saudades de um tempo que não vivi quando eu a escuto








Era Um Garoto Que Como Eu Amava Os Beatles e Os Rolling Stones


Era um garoto,
que como eu amava
os Beatles e Rolling Stones
Girava o mundo
sempre a cantar
as coisas lindas da América
Não era belo mais mesmo assim havia mil garotas a fim
Cantava \"Help\" and \"Ticket
to Ride\", oh \"Lady Jane\" and \"Yesterday\"
Cantava \"viva à liberdade\", mas uma carta sem esperar
Da sua guitarra o separou, fora um chamado da América
Stop com Rolling Stones,
Stop com Beatles songs
Chamado foi ao Vietnã,
lutar com vietcongs

Tatá-ratatá, tatá-ratatá, tatá-ratatá, tatá-ratatá
Tatá-ratatá, tatá-ratatá, tatá-ratatá, tatá-ratatá

Era um garoto,
que como eu amava os Beatles e Rolling Stones
Girava o mundo, mas acabou fazendo a guerra do Vietnã
Cabelos longos não usa mais, nem toca a sua guitarra e sim
Um instrumento que sempre dá a mesma nota ratatatá
Não tem amigos, nem mais garotas, só gente morta
caída ao chão
Ao seu país não voltará
pois esta morto no Vietnã...
Stop com Rolling Stones,
Stop com Beatles songs
No peito um coração não há, mas duas medalhas sim

Tatá-ratatá, tatá-ratatá, tatá-ratatá, tatá-ratatá
Tatá-ratatá, tatá-ratatá, tatá-ratatá, tatá-ratatá
Ratatatá-tatá
Ratatatá-tatá
Ratatatá-tatá


Essa última me leva a Copacabana dos anos 70, lugar que nunca fui e que nem era nascido. Me dá vontade de amar, de viver um instante louco de paixão com a namorada que não tenho. Faz passar pela minha mente uma cena de amor na areia, como diz a música, dois corpos que se amam se envolvendo intensamente diante da imensidão do mar
.





Quatro Semanas De Amor


Foi um sonho de verão, numa praia
Quatro semanas de amor
Em noites de luar
Sob a luz das estrelas, eu e você

O seu nome eu escrevi, na areia
A onda do mar apagou
Em cada pôr-do-sol, a saudade incendeia
Meu coração

Te amo, não esqueça
O sonho não acabou
Eu vou ficar te esperando
Não quero dizer adeus...

Sem você eu vou ficar, tão sozinho
Quando o inverno chegar
Mas quando o sol nascer, vai ser tão lindo...
Eu e você



Por que será que essas músicas e outras me levam a reviver um tempo não vivido?

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Como a vida é interessante. Às vezes, como todo mundo, pelo menos com quem é “normal”, a vida parece ser uma caretice, algo que não vale a pena, que só faz o cara sofrer (por amor, por emprego, por solidão...). A vida... Eu já pensei amiúde que seria melhor não ter nascido. Outras vezes cheguei a pensar que seria melhor partir dessa vida para sempre. A vida... Ela tão doce quanto amarga... Mas tem momentos que eu quero eternizar para sempre em minha memória, momentos que se fosse possível viver de novo eu faria de tudo para isso.
São os momentos especiais. E muito especiais. Esse fim de semana estive em João Pessoa, na UFPB, participando do COREHI, foi um momento que ficará perene em minha memória. Quinta-feira, 1 de novembro, fui para um passeio com meus colegas de trabalho, foi outro instante que a vida, dificilmente, apagará. Nesse último brinquei, pulei inúmeras vezes na piscina do balneário, dancei dentro da água, cantei, pensei no amor ausente, quis chorar... A vida... Como eu te amo! Como eu te odeio! Como és fascinante! Como és horripilante!

sexta-feira, 2 de novembro de 2007



Dia de finados. Dia dos mortos. O simplesmente dia de acender velas. Quando era criança adorava quando chegava esse dia. Às vezes, ia com uns colegas, mesmo sem precisar, vender velas só pelo prazer de andar nas ruas nesse dia. À noite, eu e minha família, íamos até ao cemitério acender velas pelos nossos que já estavam e estão no além. Como era bom poder pegar uma velinha, riscar um fósforo e acendê-la e depositar no recinto de quem durante a vida nesse planeta, chamado terra, havíamos amado. Parecia que eu ia pra uma festa, colocava uma das minhas melhores roupas, perfume, e ia pra o “Campo Santo”. Nossa!, todos que iam durante a noite estavam bem vestidos. Quando passava pelos vários caminhos que tinha e tem o Cemitério, o cheiro de velas exalava, a fumaça cobria o céu, e tudo aquilo me deixava feliz. Tinha que ter cuidado para quando passar por uma cova/catacumba não ter a calça queimada pelo fogo das velas que traziam luz a aquele espaço comumente associado às trevas. Depois me tornei evangélico e deixei tudo isso como lembrança de um passado, até certo ponto, feliz.

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