Se tem uma coisa que sempre me deixou incomodado é a grande disparidade social no Brasil.
Assim que comecei a estudar geografia, mormente no ensino médio, os conteúdos referentas a destribuição de renda no país me deixavam triste e ao mesmo tempo com uma revolta grande.
Por que uma pais tão grande, tão rico, tão abundante em recursos, é tão desigual, excludente, injusto?
Por que uma minoria detêm a maior parte das riquezas e uma maioria sequer tem o suficiente pra atender as necessidades mais básicas?
Essas questões me fizeram (ainda fazem, mas não como antes) sonhar com um mundo mais justo, um mundo socialista, onde todos fossem iguais.
No ano do vestibular, Capitães da Areia, de Jorge Amado foi leitura obrigatória. Li três vezes seguidas. A cada leitura eu me encatava ainda mais com o texto. Sonhava com a revolução. Com a implantação do socialismo, como fica implicito no texto, único caminho pra melhorar e mudar o mundo.
Mas não é sobre minhas utopias que quero falar.
Voltando a questão das desigualdades.
Como disse isso sempre me inquietou. E muito.
Pois ontem no meu jornal dileto vi uma noticia animadora.
As desigualdades diminuíram no país. Já era tempo.
Os pobre estão, finalmente, ganhando mais. Tendo acesso a o que durante séculos lhes foi negado.
Vou postar a notícia que encontrei no Wscom:
Desigualdade entre salários de ricos e pobres caiu 7%, diz Ipea
A desigualdade entre os rendimentos dos trabalhadores brasileiros caiu quase 7% entre o quarto trimestre de 2002 e o primeiro de 2008, indica um estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) divulgado nesta segunda-feira.
Nesse período, o índice de Gini na renda do trabalho, ou o intervalo entre a média dos 10% mais pobres da população e a média dos 10% mais ricos, caiu de 0,543 para 0,505. O indicador varia de 0 a 1 - quanto mais perto de 1, maior desigualdade.
"Para um país não ser primitivo, esse índice precisa estar abaixo de 0,45", afirmou o presidente do Ipea, Marcio Pochmann, em entrevista à BBC Brasil.
Os números divulgados pelo Ipea mostram que a diferença diminuiu porque os ganhos de renda dos mais pobres foram quase cinco vezes maior que a recuperação da dos mais ricos.
O estudo do Ipea divide a população em dez grupos pela renda e mostra as variações nas médias salariais de cada decil. No acumulado do período, os três primeiros decis (com médias salariais de R$ 206, R$ 378 e R$ 422) tiveram aumentos salariais de 21,96%, 29,91% e 15,79%.
Para efeito de comparação, os três decis mais ricos (com médias salariais de R$ 1.159, R$ 1.797 e R$ 4.853) acumularam ganhos de 2,3%, 2,1% e 2,6%.
Políticas sociais
Para Pochmann, a redução da desigualdade é conseqüência do crescimento econômico com estabilidade monetária e articulado com políticas sociais.
"Geralmente aqueles que têm melhor escolaridade tendem a ter melhores resultados, especialmente em um país onde há preconceitos como o racial e o de gênero. O crescimento cria um ambiente favorável, mas por si só não garante melhor distribuição intersalarial", disse o presidente do Ipea.
O estudo, porém, diz que com a redução do desemprego e a expansão do PIB "seria razoável esperar um crescimento na demanda por mão-de-obra principalmente de menor valor e, por isso mesmo, uma elevação dos salários de base em relação aos extratos de mais elevada renda".
O Ipea cita ainda o crescimento do pessoal empregado e o aumento da massa salarial e do número de carteiras assinadas como "efeitos benéficos" do crescimento econômico do país.
Padrão tributário
Para manter a tendência de diminuição das diferenças salariais, Pochmann diz que é necessário mudar o "padrão tributário" do país, que hoje, com a grande carga de impostos indiretos, faz com que a população mais pobre pague proporcionalmente mais tributos do que os ricos.
"No ganho acumulado, uma parte se perde por força da tributação."
Do ponto de vista conjuntural, o presidente do Ipea considera a alta dos juros e a inflação as maiores ameaças à tendência de diminuição das diferenças salariais identificada no estudo.
Segundo o estudo, a participação dos salários no PIB tem se mantido estável desde 2004, revertendo uma tendência de queda verificada até então (de 40,3%, em 1995, para 35,8%, em 2002, segundo exemplo citado no estudo).
O levantamento foi feito a partir dos microdados da PME (Pesquisa Mensal de Emprego) do IBGE. O Ipea é vinculado ao NAE (Núcleo de Assuntos Estratégicos) da Presidência da República.
bbc brasil
http://www.wscom.com.br//noticia/noticia.jsp?idNoticia=113382
Claro que tem muita coisa pra ser resolvido.
Mas os números, ainda que longe do ideal, devem ser comemorados.
E não podemos tirar o mérito do governo Lula que tem trabalhado para os mais pobres.
O Brasil está melhor. Isso me faz ter confiança em dias melhores.
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