
Recentemente fui a um enterro de uma pessoa por mim estimada.
Era fim do dia. Uma hora propícia para ir a um sepultamento, pensei. Para pensar na morte, essa certeza absoluta que tenho, que temos. E ao mesmo tempo pensar na vida.
Se eu só existo em relação ao outro, a vida só existe em relação à morte. Por isso, não há momento melhor para (re)pensar no viver do que quando alguém deixa, nesse mundo, de existir.
De vez em quando penso na morte. Conversando com um amigo que tentara suicídio (graças a Deus não deu certo) eu lhe disse que não vale a pena tirar a própria vida para fugir dos problemas. A pessoa morre, a família e os amigos choram, outros vão comentar o motivo de fulano (a) tirar a sua vida, mas depois todos esquecem. Só em raros momentos a memória do morto vem à tona dos que o conhecia. Todos vão continuar vivendo normalmente. Valeu a pena? E além-túmulo?
Nem quero discutir isso. É melhor tentar passar por todos os problemas, mesmo que as lágrimas rolem sem cessar, mesmo que as feridas estejam purulentas, mesmo que o fel seja o único sabor a sentir, mesmo que os amigos que restaram são o travesseiro e o cobertor. É sempre melhor viver! Além disso, Deus está bem próximo dos aflitos, oprimidos, desesperados.
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